terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Entrevista com o Adriano da Rotten Flies

A última entrevista do ano é com o Adriano Stevenson, da Rotten Flies, de João Pessoa na Paraíba. Agora estarei dando uma pausa, e ano que vem, estarei de volta com mais entrevistas e informações sobre o underground brasileiro. Até mais, e acompanhe o papo com o Adriano.
Adriano Stevenson-Rotten Flies.
1-A Rotten Flies foi criada em 1990. Mas como é essa história de que vocês montaram a banda sem ter instrumentos?
Adriano - Não estou na banda desde o início, mas sei que quando a vontade é muito grande, acabamos por superar tudo e colocar pra frente aquilo que gostamos de fazer. Acho que foi isso que aconteceu no inicio da Rotten Flies...
Rotten Flies - Foto: Rafael Passos
2-Dois anos depois de formada, a banda já grava a primeira Demo Tape "Necrofilia" em fita cassete. Como foi pra vocês quando pegaram a primeira cópia na mão?
Adriano - Não sei, eu não estava lá! (risos), mas deve ter sido ótimo. Ainda hoje é uma sensação muito boa ter um trabalho terminado e lançado.

3-Em 1994 a Rotten Flies lançou mais uma tape chamada "Cultura do Ódio". Qual foi a repercussão desse trampo?
Adriano - Foi legal, e logo após entrei na banda, peguei as músicas e começamos a tocar um bocado em João Pessoa.
Segundo trampo: Cultura do Ódio-1994
4-Durante todo esse tempo a banda teve várias formações. Como chegaram a formação atual?
Adriano - Com a saída do terceiro guitarrista por conta de compromissos diversos, eu já estava na banda, e aí tive que aprender todas as bases em pouco tempo, como também já estava compondo coisas novas, que geraram o trabalho seguinte: “O Hardcore”.

5-Vocês também já participaram de várias coletâneas. Qual a importância desses materiais na divulgação da banda?
Adriano - Coletânea sempre é um lance muito legal, principalmente quando envolve bandas de outras cidades. Circular em outras cidades é algo certo em termos de divulgação quando a banda participa de uma coletânea.

6-A Rotten Flies está na estrada há mais de 20 anos, e sabendo da dificuldade que é se manter com uma banda underground, é natural que cada um tenha seu trampo pra poder sobreviver. Mas é verdade que tem até um PhD na banda? Em que mais vocês se movimentam?
Adriano - Sim, o Phd é de Ramsés, vocalista, não é nosso! O que nos interessa é a música, as letras que ele escreve e canta! Cecílio (baixista) trabalha na Construção civil e Beto Luxúria é pintor de rodapé, auxiliar de cozinha, baterista, e stripper nas horas vagas.
Sou editor do Jornal Microfonia que divulga as bandas do circuito independente com destaque para a produção do lugar onde moro, além de tratar também de outros temas, como HQ, filmes e livros. O jornal tem quase dois anos. É um trabalho permanente de expandir, atravessar fronteiras pra divulgar o que se produz por esses lados e ainda tenho um projeto chamado E.R.R.O. que já esta preparando composições para um cd.
7-E agora a banda acabou de lançar o CD "Amargo", que na verdade já tinha sido lançado virtualmente em 2009. O que aconteceu?
Adriano - Amargo é o primeiro CD do Jornal Microfonia que transformamos em selo também! O nosso segundo lançamento foi mês passado com o CD da Comedores de Lixo “Aos Mortos”. Estamos na batalha da divulgação dos dois CDs. Não dá pra parar!
Amargo - Lançamento Jornal Microfonia
8-Durante todos esses anos vocês já passaram por muita coisa na estrada. O que ainda move a Rotten Flies?
Adriano - Gostar de tocar e gostar do que faz!

9-E a Rotten Flies pensa um dia em gravar um disco ao vivo em comemoração a todo esse tempo junto? Quais os projetos pro futuro?
Adriano - Um dia... quem sabe? Sem futuro, que nem o refrão da música dos Sex Pistols...

10-Valeu, véio. Muito obrigado pela atenção e deixo o espaço aberto para o que quiser falar, sobre algo que não perguntei e que ache interessante frisar, deixar contatos, agenda de shows, links para videos, downloads...a hora é agora!!!
Adriano - Obrigado pelo espaço cedido, e quem tiver curiosidade do nosso trabalho acessar: www.facebook.com/rottenfliesHC