sexta-feira, 31 de julho de 2015

Entrevista com Serjão da Vozes de Combate

O bom de ter um selo de divulgação e um blog é você, uma vez ou outra, receber em casa materiais bacanas como o da banda Vozes de Combate. E melhor ainda do que receber materiais, é poder conversar e conhecer um pouco mais sobre as bandas que habitam o underground e que estão em constante movimento em suas cidades. Então conheça mais uma banda bacana aqui no blog Tosco Todo, e conheça também um pouco mais sobre o que anda fazendo a banda Vozes de Combate!!! O papo de hoje é com  Serjão, guitarrista da banda.
Serjão -Vozes de Combate
Bom, pra começar, fale um pouco sobre o início da banda. Quando surgiu a Vozes de Combate?
Serjão - Vozes de Combate de princípio chamava-se The Drunk, surgiu em meados de 2007, por volta de 2010 resolvemos mudar o nome, o nome The Drunk não estava soando muito bem, não gostávamos desse nome e decidimos enfim transformá-la em Vozes de Combate, que afinal agora sim tem tudo a ver com o propósito da banda, pois por meio de nossas vozes que podemos combater o que está errado e tentar conscientizar quem ainda acredita na apatia e esperar pelo sistema para trazer um modo de vida digno, devemos levantar da cadeira, erguer as mãos e a cabeça e buscar o melhor pra si e pra humanidade sem esperar algo de governo, houve muitas mudanças de integrantes de lá pra cá, eu ( Serjão guitarrista) e o Sidnei (Vocalista) estamos persistindo a tempos, neste último ano o Rodrigo (baixista) e Elaino (Baterista) vieram pra somar e estamos numa formação sólida.
Da esquerda p/ direita: Elaino, Rodrigo, Serjão e Sidnei.
Quais eram as influências musicais?
Serjão - Bem, há algumas influências em comum, como Stiff Litle Fingers, The Clash, The Addicts, Public Toys, Rancid, Bad religion, Oxymoron e claro bandas nacionais como Cólera, 365, DZK, Invazores de Cérebro, Flicts, subviventes e muitas outras.

Qual a temática das letras da Vozes de Combate?
Serjão - As letras basicamente falam sobre os problemas do cotidiano e procuramos não só apontar os problemas, mas incitar quem está ouvindo que podem fazer algo para melhorar, assim pela filosofia do anarquismo, mostrar que deve haver igualdade de povos, respeito com o próximo seja ele idoso, criança, mulher, homossexuais, animais, independente de classe social e profissão.

Eu costumo dizer que ter uma banda de punk rock já é, por si só, uma grande contribuição para a conscientização das pessoas, e consequentemente para uma mudança da sociedade. Mas tem bandas que além disso, ainda participam de coletivos e Ongs em ações mais efetivas em suas comunidades. Por outro lado tem gente que diz que ter uma banda de punk rock não vai mudar o mundo. O que vocês tem a dizer sobre isso?
Serjão - Não só eu, como todos da Banda acreditamos que seria em vão somente escrever as músicas e não agir da forma que falamos, o nosso intuito sempre foi conseguir ajudar de uma forma prática, ou seja, Vozes de combate está realmente engajada em ajudar quem necessita, sempre que podemos organizamos eventos beneficentes para arrecadar material que possa amenizar um pouco o sofrimento de quem precisa, exemplo disso, nos unimos ano passado para realizar um evento que arrecadasse rações e produtos de limpeza para uma ONG que cuidam de animais chamada “Amicão”, tento sempre realizar eventos em época estratégicas e arrecadar doações como dia das Crianças e Natal arrecadando brinquedos para as crianças carentes, na época do inverno arrecadar agasalhos, mês passado realizamos um evento juntamente com o DZK e Leucócitos onde arrecadamos mais de 150 agasalhos e contribuímos com a ONG “Torre Forte”, com essas atitudes que não custa nada, acredito que podemos contribuir um pouco e ter uma banda punk não é apenas uma união de loucos que não tem nenhum intuito.
 
A partir de 2010 a banda começa a produzir seu material autoral, gravando alguns EPs e participando de coletâneas. Como se chamava e como foi a produção e distribuição da primeira demo?
Serjão - Antes de 2010 a banda também produzia material autoral, acontece que não houve registro e se amadureceu a partir de 2010 mesmo, assim começamos a gravar e distribuir o material gravado, eu como tinha um estúdio de gravação e ensaio fiz este registro da demo, contava com doze músicas o título era Homônimo, “Vozes de combate”, foi feito da mais pura forma “faça você mesmo” duplicávamos em casa e a capa era xerocada e distribuída em shows, não sei precisar quantas cópias foram distribuídas, logo gravamos um EP chamado “Ninguém chora por tí” com cinco músicas da mesma forma da demo, e utilizamos estas músicas em coletâneas, três delas na coletânea “EXPRESSO DO SUBURBIO” lançada pelo selo FEIO RECORDS com 1000 cópias, e as outras duas em outra coletânea onde eu e o Rômulo da banda Condenados organizamos intitulada “ Punk, uma liberdade de escolha” que também saiu 1000 cópias.
 
Vocês também tem um selo de distribuição, chamado "Combate Records". De onde surgiu a idéia de ter o próprio selo?
Serjão - Ao gravar o primeiro disco oficial da banda “Alvedrio” não conseguíamos parceria com nenhum selo pelo fato de estar difícil a situação financeira pra todos, mas aí já é outro papo (kkkk) enfim, fizemos nossas economias e todos contribuíram com uma parte para que este disco finalmente saísse da forma que queríamos, tive a idéia de lançar o selo “Combate Records” e estou na correria para poder distribuir da forma que podemos, enviei alguns cds pra Itália, pra Argentina, e quero distribuir pra toda região do Brasil, faço trocas com outros selos, com bandas que fazem bancas em shows e por aí vai!

Esse ano a banda lançou o CD "Alvedrio". Qual mensagem vocês queriam passar com esse título?
Serjão - este título é engraçado pois é raro as pessoas saberem o que significa, isto de uma certa forma é interessante porque há muitas pessoas que buscam saber o significado, pois é muito simples, significa “Livre arbítrio”, ou seja, faça o que der na telha, este é o título do disco e de uma música, na música eu quis expressar que devemos fazer o que queremos agora sem ficar presos a comodidade pra não sermos infelizes, por isso escolho fazer o que quero mesmo! pra não me arrepender futuramente, isso serve tanto na esfera profissional como na pessoal.
Ouça aqui um som
A Vozes de Combate já teve várias formações. O que fez com que isso acontecesse? Quem de vocês faz parte desde a formação original?
Serjão - Na banda passaram muitas pessoas, eu acredito que não havia muita seriedade no começo e entravam e saiam a hora que queriam, acredito que após o ano de 2010 começou a ficar mais sério a coisa e tivemos a vontade de fazer acontecer. Eu entrei na banda em 2010, o Sidnei está desde a formação original.
Sidnei - Único da formação original.
Em quais bandas os integrantes atuais já tocaram?
Serjão - Eu (Serjão) toquei em muitas bandas punks da região vai o nome delas: Senso Crítico, 88não!, Anti I.M.A. e Grito de Rua; Sidnei tocou no Anti I.M.A.; Rodrigo tocou no The Brejas, Jokermam, Street for noise, Chagas e Elaino tocou no The Brejas e Roots Radicals.
Rodrigo nos graves!
E em Mauá, como anda a movimentação?
Serjão - Em Mauá surgiram muitas bandas que tiveram uma grande repercussão no cenário punk entre elas; Garotos podres, Subviventes, 88 não!, Senso crítico, já foi berço de muitos shows e coletivos, não só Mauá mas como a região do Grande ABC, pra quem não sabe é uma região proletária onde há muitas montadoras de veículos e indústrias grandes, região composta por sete cidades, vizinhas da cidade de São Paulo, nesta região há inúmeras bandas respeitadas no cenário nacional e até internacional, como DZK, Ação direta, Ulster, Autogestão, Lixo suburbano e muitas outras.
Bem a cena underground está se reerguendo graças a força de vontade das bandas que continuam a fazer os eventos independentes.
 
Hoje em São Paulo tem espaço para as bandas undergrounds se apresentarem com frequência? Qual a média de shows que vocês fazem por ano?
Serjão - Em São Paulo tem poucas casas para o underground, acredito que podia ser bem melhor, há casas na capital ou no interior que dão uma certa estrutura para bandas posso citar o Hangar 110, Zapata, Cidadão do Mundo, Lolla Palloza, Tupinikim, Forasteiros Rock bar, Estúdio Noise Terror em São Paulo, no interior conheço o Okus Pocus, Rock in Bro, no litoral há o bar Central do Brasil, A Caverna, ainda temos aquela velha história de transformar um boteco em pico alternativo e rolar o nosso som, nossa organizamos e levamos os equipamentos e bora pro Punk Rock pois os proprietários de casas de shows ou bares de rock acreditam que bandas covers que faz levar dinheiro pra casa.
Em relação a média de shows variam muito, há meses de tocar todos os dias dos fins de semana e há meses de tocarmos três ou quatro vezes por mês.
E o público nesses shows, tem contribuido comprando CD e material da banda? Como tem sido a receptividade ao trabalho de vocês por onde passam?
Serjão - Sim, estão comprando, estamos vendo que o número de pessoas que estão acompanhando a banda está aumentando.

A banda já tocou fora do estado de São Paulo? O que vocês conhecem da cena do Nordeste? Existe algum pensamento de viajar em turnê por essas bandas de cá?
Serjão - Nunca tocamos fora do Estado de São Paulo, temos muitos contatos em outros estados, como no Rio de janeiro, paraná, minas Gerais, Rio grande do Sul, Sergipe, Pernambuco, Brasília, tenho certeza que logo estaremos fazendo umas excursões por outros estados, inclusive aí na Bahia.
Sei que existe cenas underground em todas as regiões do Brasil, claro que há bandas que se sobressaem a nível nacional até internacional, mas sei também que a cena regional também contribui e muito para o crescimento da cena underground.
Elaino em ação!
Bom espero que um dia eu possa ver vocês por aqui. Obrigado pela atenção, o espaço é de vocês para falarem o que não foi contemplado nas perguntas acima, fazer divulgação de contatos e endereços virtuais...o espaço é livre pra vocês!!!
Serjão - Valeu Nem pelo espaço, esperamos um dia irmos pra Bahia fazer um som e conhecer cada vez mais bandas da cena Punk. Bem quero convidar a todos pra visitar a página da banda no face book e conferir os sons no youtube e no soundcloud.
Segue os links pra poderem conferir:
https://www.facebook.com/Vozes-de-Combate
OUÇA MAIS EM: soundcloud.com/vozesdecombate
Email: bandavozesdecombateoficial@gmail.com

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