quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Banda Johnny 13 disponibiliza EP

A banda pernambucana Johnny 13 é formada por Dalton (Vocal e Baixo), Max (Guitarra e backvocal/vocal) e Azul (Bateria) e estará lançando no próximo dia 19 de Dezembro no Pogo Pub em João Pessoa-PB, o EP "Proletário". Gravado e mixado por Daniel Farias (Ugly Boys) em Dezembro de 2014, e só agora lançado, conta com 12 faixas em 20 minutos e 57 segundos de punk rock.
E o Tosco Todo mostra pra você o novo Ep da Johnny 13:

Agenda Johnny Treze:
19 de Dezembro lançamento do Ep - "Proletário"
Local: Pogo Pub / João Pessoa

ARENA HxCx
9 de Janeiro
Jaboatão-PE

I VIRANOISE
10 de Janeiro
Local: Sipaubar Vitória- PE

TOQUE RÁPIDO FEST 2
24 de Janeiro
Local: Skate park da Caxanga

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Boqueirão Festival terá bandas estrangeiras

No próximo sábado (28/11) começa o O BOQUEIRÃO FESTIVAL, que é realizado desde 2004 na cidade de Cícero Dantas-Bahia, pela Odicelaf Produções, que tem como responsável o incansável Adauto Dantas (conheça mais sobre ele e sobre o festival em uma entrevista do ano passado).
Pelo festival já passaram bandas de várias partes do Brasil e até mesmo do exterior. Com uma variedade de estilos dentro do Metal/Rock, o festival atrai metalheads e rockers de várias cidades da Bahia e outros estados.
Essa 13° edição, diferente das anteriores, será realizada em dois dias, no BNB Clube de Cícero Dantas/Ba,  de 28 a 29 de Novembro, e contará com 15 bandas. Entre elas se apresentarão bandas da Europa, Ásia e de 4 estados do Brasil. As bandas estrangeiras são: NEUROTICOS, Death Metal do Japão e DEHUMAN, Death Metal da Bélgica. O festival terá também atrações vindo de São Paulo, Ceará, Sergipe e claro da Bahia.
Conversei com o Adauto, saca aí:
Me fala como está sendo a produção do Boqueirão Festival?
Bom, estou trampando nessa edição desde fevereiro de 2015, mais foi em maio que anunciei as datas e que o festival seria em dois dias ao invés de apenas um. Pois foi a partir daí que o pessoal responsável pela turnê do Neuroticos entrou em contato pra fecharmos uma data pra eles no festival. Atualmente tenho um colaborador que tem estado todos os dias comigo desde setembro pra conseguir apoio financeiro e outros corres. Mais no geral tenho de tá a frente sempre de tudo!

Como foi o contato com essas bandas de outros paises? do Japão por exemplo?
Pra essa edição teríamos 3 bandas gringas Neuroticos do Japão, Dehuman da Belgica e War-Head da Croacia. As duas primeiros o contato tem sido com o pessoal que ta agenciando a turnê e com a War-Head diretamente com eles. Infelizmente essa ultima foi cancelado por falta de ter fechado shows suficiente para se poder fazer a turnê no Brasil.
Atrações internacionais do Boqueirão: Dehuman da Belgica e Neuroticos do Japão.
E a expectativa de público? Levando-se em conta o festival ser em uma cidade pequena, rola muita gente de fora? Outras cidades? outros estados?
O público é o maior responsável pra se manter a cena viva e dependemos muito deles para manter tanto os eventos como as bandas. Espero umas 150/200 pessoas... Mais infelizmente o público não tem sido muito agradável nas ultimas edições do festival...Mas esse ano espero uma galera vindo de Sergipe, Ceará e quem sabe de Alagoas que são estados mais próximos.
Outlanders e Overhead são as headlines no sábado.
Os INGRESSOS já estão a venda e custam:
1 DIA: 30,00 (CADA DIA)
DOIS DIAS: 50,00 (ATE O DIA 27/11)
MAIORES INFORMAÇÕES:
Email: boqueiraormfest@gmail.com
CEL./ZAP: (75) 9966-5520 - Adauto Dantas

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A volta da Bosta Rala

O papo de hoje é com o Tovar Fonseca, da banda baiana Bosta Rala. Clássica nos anos 90, a banda entrou em hiato por um bom tempo, retornando agora com toda força. Conheça um pouco mais sobre a história da banda (e esqueça os boatos e lendas) nessa entrevista esclarecedora!!!
Tovar-Bosta Rala
A primeira coisa que me vem a cabeça quando se fala de Bosta Rala, é a morte de dois integrantes da banda, assassinados pela PM. Outras pessoas dizem que foi só um integrante, que o outro era da banda "Não". Já conversei com várias pessoas, e ainda não tenho uma informação concreta sobre o que de fato aconteceu. Acho que vocês podem nos dizer mais claramente, o que de fato aconteceu no dia da morte deles?
Tovar Fonseca-Os dois eram integrantes da banda, o baixista Dinho também tocava na banda NÃO e Morcego (vocal) em outra banda. 
Queria que vc falasse mais sobre a morte deles, como foi? existem muitas versões por aí, o que de fato aconteceu?
Tovar Fonseca-Quanto a verdade sobre a morte dos caras, Dinho, Morcego e mais dois broders estavam fumando um pra relaxar, e Dinho tava comemorando o nascimento do filho, quando viram a policia chegar atirando, eles correram e dois dos caras pararam. Dinho e Morcego deram continuidade e foram abordados com tiros, que se não me engano, foi de escopeta. Depois levaram eles para praia e mataram friamente com tiros, colocaram arma na cintura de Morcego, levaram documentos dele e deram como indigente.
Então, vamo falar do começo. Quando surgiu a Bosta Rala, e de onde tiraram esse nome? 
Tovar Fonseca-Surgiu em 90. O nome quem deu foi Morcego. A banda era eu e Jabá na batera. Uma vez, fazendo um som na casa dele, Morcego apareceu e pegou o microfone, gostamos das letras e ele gostou do som e logo depois chamou Dinho no baixo e Silvana nos guturais vocais.
A questão do nome da banda não nos interessava, então morcego gritou "bosta rala" porque a vida aqui é uma bosta. 
Ponto de encontro anos 90: Praça da Piedade, em Salvador-Bahia.
Quando gravaram o primeiro material? 
Tovar Fonseca-Gravamos em 92/93, não sou muito bom de datas, gravamos duas versões das músicas. 
Gravaram duas versões das músicas, por que fizeram isso?
Tovar Fonseca-Então, era para a participação em uma coletânea em vinil e só tínhamos 5 minutos e queríamos colocar mais ideias, não só sonoridade, tipo divulgar as letras, então encurtamos as músicas pra caber no vinil.

Era pra participar da coletânea "Cenas AnarcoPunks" em 1995? 
Tovar Fonseca-Como disse, não sou bom de datas, mas o "cenas anarcopunks" foi em 94, no bolachão mesmo, nem tínhamos grana pra participar e nem gravar, na gravação contamos com o nosso falecido amigo Ephendy Steve que fez um ótimo preço e no bolachão quem bancou nossa parte foi Josimas (Execradores/Tuna). Depois eu consegui comprar algumas cópias dele.
Baixe aqui a coletânea originalmente lançada em vinil.
E quando foi que gravaram a primeira demo?
Tovar Fonseca-A primeira gravação foi do vinil. O tempo era curto no vinil, mas no studio tínhamos mais tempo e gravamos outras versões das músicas e lançamos a tape intitulada "IDIOTA" mas não divulgamos muito. 
Baixe aqui: Bosta Rala - Idiota (1995)
Quais eram as maiores dificuldades para uma banda anarcopunk em salvador naquela época?
Tovar Fonseca-Dificuldade tem em todo lugar pra uma banda assim no underground. Acho até que fomos felizardos porque tínhamos studio próprio, dentro do meu quarto, fazíamos shows loucos.
Nos primórdios
Como era a divulgação da banda, para outros estados? E como surgia o convite para participar desses materiais?
Tovar Fonseca-O responsável pela divulgação sempre foi eu, desde 87/88, com meus contatos fora da Bahia, minhas idas a SP ajudaram também. Meu contato com Josimas que fez acontecer a participação no vinil, mas fomos odiados por várias bandas da coletânea. Recebia muitas cartas estranhas, mas dava risadas de todas. 
Odiado por outras bandas participantes da coletânea? E que tipo de cartas estranhas eram essas? Com ameaças? 
Tovar Fonseca-Mandaram arranhar as faixas da banda deles. Disseram que não éramos banda anarcopunk (essa parte concordo, de punk só tinha Morcego), mas pra fazer som consciente não precisa ser punk. Teve cartas que só lia o começo e devolvia, quando o selo dava pra aproveitar. Foi um julgamento, porque nenhuma delas jamais tinha nos escrito cartas (não existia internet), mas não liguei e fui em frente, tirar ou esclarecer essa dúvida pessoalmente, em um evento lá, organizado por Josimas, inclusive uma das bandas que mandou riscar a faixas deles estava no cartaz e iria dividir o palco com a gente...kkkkk...mas não nos foi feito quaisquer pergunta durante nossa estadia em SP.
A Bosta Rala chegou a tocar em outros estados. Como foi esses rolés?
Tovar Fonseca-Tocamos em SP por duas vezes, e 3 shows em Recife, João Pessoa, tudo bancado por nós menos. Teve um show em Aracaju que foi o único que ganhamos um cachê e torramos tudo de bebidas, rango na praia...kkkkk... 
Renato "Olho Seko", com o Bosta Rala em São Paulo
E o que motivou essa volta do Bosta Rala em 2015?
Qual a formação atual, e quem de vocês eram da formação original?
 Tovar Fonseca-A volta já estava prevista há tempos, mais não era o momento porque passamos a ser pai e ter responsabilidades. Da primeira formação só tem eu, depois o Morto, que entrou quando Silvana saiu. Depois veio o Rato na batera com a saida de Jabá, e finalmente o Tim entrou no baixo, com a saida de meu irmão Renato "Olho Seko". Então original e persistente só eu mesmo! kkkkk... coisa de velho underground, nunca desistir! lutar sempre!!! 
Bosta Rala 2015: Tim (baixo), Morto (vocal), Rato (bateria) e Tovar (guitarra e vocais).
Existe a intenção de viajar pelo Brasil nessa volta da banda? E gravar material novo está nos planos também? 
Tovar Fonseca-Viajar pelo mundo todo, não só pelo Brasil. Quero colocar nossas letras, atitudes e sonoridades na cabeça de todos, mas já somos conhecidos fora do Brasil. Também quero gravar, só rolar uma boa proposta, assim como shows.
Eu fico feliz demais de ver bandas como Bosta Rala voltando as atividades. Obrigado pela atenção, e o espaço é de vocês agora, pra falarem o que nunca foi dito, o que quiserem!!!
Tovar Fonseca-Bem, sempre gostei da sua irreverência no palco, queria, aliás, quero tocar no mesmo evento que a Cama de Jornal. Não tenho muita coisa a dizer, pois nossas letras dizem tudo, a cabeça continua com a mesma intenção de antes. Obrigado Nem Tosco Todo, por nos apoiar e vamos pra frente, fazer esse "baruiu" juntos e deixar você gritar nos nossos microfones.

sábado, 26 de setembro de 2015

Asfixia Social grava documentário em Cuba

A banda paulista Asfixia Social acaba de lançar o seu mais novo trabalho, o documentário "CUBA PUNK", gravado durante a turnê da banda pela ilha. E pra nos falar um pouco mais sobre esse projeto e também sobre a banda, conversei com o Kaneda, vocalista da Asfixia Social...acompanhe e assista ao documentário!
Kaneda - Asfixia Social
Primeiramente, fale um pouco sobre a Asfixia Social...onde e quando surgiu, quais materiais lançados?
Kaneda - Salve manos e minas, Tosco Todo! Primeiramente parabéns pelo trampo aí em Vitória da Conquista! O Asfixia Social surgiu em 2007, numa conexão entre São Bernardo, Belenzinho e Diadema, região metropolitana de São Paulo. Lançamos o disco "A Guerra tá na tua porta, não só em Bagdá!" em 2008, que é praticamente um manifesto de revolta dessa molecada que como nós cresceu nas entranhas da periferia e passou a entender o mundo um pouco melhor. Tínhamos ali 16, 17 anos, e como cada um curtia um tipo de som (rap, punk, reggae), passamos a misturar. A banda trazia uma mensagem forte, um trabalho social forte junto a cultura hiphop e nossas comunidades, e levamos isso adiante buscando uma identidade própria. Em 2011, lançamos o álbum "Da Rua pra Rua", que posteriormente saiu em CD e Vinil 12" no Brasil e Alemanha, e em formato DVD (2014) gravado ao vivo no Festival Da Rua pra Rua 2013, que celebrava os 6 anos da banda. Gravamos a trilha sonora do filme "O Sepulcro do Gato Preto" (2014, Oloeaê Filmes) e recentemente lançamos o DVD-Documentário "Cuba Punk - Asfixia Social".
BAIXE AQUI - DA RUA PRA RUA - ASFIXIA SOCIAL
E de onde surgiu a idéia de fazer a turnê em Cuba?
Kaneda - Em 2014, eu e Alonso, participamos do Conselho Internacional de Teatro de Bonecos com o grupo brasileiro XPTO, representando o Brasil junto a outros 80 países em Cuba. Na oportunidade, deixamos uns CDs do Asfixia Social lá. Quando não estávamos apresentando o teatro, participei de algumas rodas de improviso, e me convidaram pra rimar em Matanzas com uma banda de salsa pra umas 20.000 pessoas, e lembro que a coisa girou bem rápido, a galera curtiu muito o som. Passavam por bluetooth uns pros outros nas praças das cidades. Daí, conhecemos todo mundo da cena, a galera agilizou muitos contatos e ficou empolgada com a tour. Em 2015, junto às bandas, secretarias de cultura e produtores de lá, organizamos uma tour de 10 shows, 20 dias. Éramos a primeira banda brasileira a fazer uma tour em Cuba, e com o apoio da Oloeaê Filmes lançamos recentemente o documentário "Cuba Punk - Asfixia Social", que é também o primeiro registro em alta qualidade da cena underground de lá.
Kaneda, Leonardo, Alonso e Rafael formam a Asfixia Social
E chegando em um país com uma ditadura socialista, qual a imagem que vocês trazem dessa turnê?
Kaneda - Cuba é um país muito louco, e parece muito com o Brasil em vários aspectos. Pra resumir usando o termo "ditadura socialista", o que vimos lá é que a ditadura deixou sequelas terríveis como aqui no Brasil, com relação à censura e perseguição política. O socialismo cubano enquanto isso formou uma sociedade muito bem estruturada no diz respeito à educação, moradia, saúde pública, e direitos básicos, assim como o modo como promovem e valorizam a cultura do país. Hoje, a moeda cubana é muito desvalorizada, e uma passagem pro exterior é absurdamente distante se você recebe um salário mínimo lá. Ao mesmo tempo, você não vê nas ruas a miséria extrema como no Brasil e em outros países da América Latina. Lá a internet é bem restrita e cara. Ao mesmo tempo, as pessoas não são tão estressadas como aqui. Estudam aquilo que gostam. O transporte dentro das cidades é ótimo. O transporte intermunicipal é precário. Mas uma coisa é muito diferente do Brasil: a violência lá beira o zero. Os caras ficam abismados com o que acontece no Brasil. O Brasil é líder do ranking mundial de homicídios. São mais de 100 assassinatos por dia e uma polícia muito violenta. Em Cuba isso é muito diferente, tanto com relação à violência, quanto com relação a uma polícia que muitas vezes nem anda armada.
Rafael - Guitarra
No documentário é visível a presença e resistência do movimento punk underground na ilha. Como foi essa experiência? Rolou algum tipo de censura ou barreira por parte do governo cubano em relação a presença de vocês por lá?
Kaneda - Na chegada e primeiro show, a gente foi recebido pela banda Eztafilokoko, que é praticamente uma família punk. Eles moram no subúrbio de Havana, em La Lisa, e apesar de serem um pouco mal vistos por alguns (e bem vistos por outros) da comunidade, não têm muitos problemas com a polícia ou o governo. Fora as discussões com os vizinhos por causa do barulho no estúdio, que fica no telhado da casa... Nas outras cidades, as bandas Adictox e Arrabio nos receberam, e eram bastante envolvidas com as casas de cultura, espaços públicos, etc. Organizam várias paradas, e não têm muitos problemas. Em Jagüey Grande, a cena punk ocupa um cinema abandonado, e os caras são mais adeptos da ação direta. O Alejandro, um dos punks de lá, foi preso por não querer servir o exército... a mãe dele nos disse que ele se fez de louco por um tempo e convenceu os caras que tinha problemas mentais, pra não ficar 3 anos no exército. O serviço militar lá é obrigatório.
Em vários momentos do documentário tem a música "Pela paz" do Cólera. Qual a visão que o punk cubano tem do Brasil? Quais as principais influências brasileiras você percebeu dentro do movimento cubano?
Kaneda - Antes e depois dos primeiros shows com o Eztafilokoko, ficávamos ouvindo um som e tocando outros... do Asfixia Social, do Cólera, do Z'África Brasil, e eles passaram uns sons pra gente, do Eskória, Arrabio, Eztafilokoko, Adictox... Na "A Banca" geralmente chamamos os MCs e o público pra cantar, e "Afaste-se" virou "Apartate". Daí, de repente "Pela Paz" virou um hino, "Por La Paz", e foi genial a forma como a música uniu as bandas no palco. Mas fora isso, os caras não conheciam muito... levamos pra eles um HD só com música brasileira e os caras piraram... mas só conheciam mesmo algo de Sepultura, que fez um show lá há alguns anos, e Roberto Carlos, que tá em todas as novelas brasileiras que passam lá.
Leonardo no baixo.
E quais as referências punks mundiais que eles tem?
Kaneda - Os caras ouvem muito punk latino e espanhol. A língua aproxima os caras... ouvem bastante Ska-P, Eskorbuto, e ouvem claro as bandas mais clássicas como Dead Kennedys, Clash, etc. Mesmo assim, o acesso sempre foi muito restrito, e os caras correm atrás pra conseguir um disco de uma banda gringa até hoje.
Alonso na batera.
E vocês, sendo uma banda que mistura vários estilos, como o hip hop, o ska, o punk, dentre outros, no final dessa turnê, olhando para trás, o que vocês trazem de cuba pode gerar alguma influência nos próximos trabalhos da Asfixia Social?
Kaneda - Esse foi um ponto muito positivo pra gente, por cantar em português no exterior, e ter essa versatilidade no som e por interagir com o público. A música realmente une, e além de cubanos e latinos, tinha muita gente da Europa, Estados Unidos, África e Ásia nos shows. A mistura passou a ser não só no palco e no som, e tinha gente presente de várias idades, gostos, e que deixavam de lado muitas vezes as diferenças, passando a ver o punk e o hiphop de uma forma diferente.
Acho que traz umas influências bem legais pra cada um da banda, nas vozes, cordas, percussão, metais e visão de mundo. Cuba é um país muito diferente, complicado em muitos aspectos, mas que descomplica vários outros, e que chegou a resultados excelentes na formação de seus cidadãos. Além disso, vivenciar nossa música em outro país reforçou principalmente algumas coisas em outros idiomas no nosso terceiro disco, que já estavam presentes, mas que depois da tour passaram a ser bastante necessárias.
Em Trinidad, Cuba: Leonardo, Rafael, Alonso, Kaneda, Carlos Peixoto (Tequilla Bomb)
Parabéns pela turnê e pelo registro histórico. O espaço é de vocês pra falar o que quiserem:
Kaneda - Muito obrigado pelo apoio e pelo espaço, e parabéns novamente pelo corre. A gente espera tocar muito em breve em Vitória da Conquista e estar novamente no Nordeste, nossa segunda casa!
Nosso terceiro e novo disco sairá em breve, e qualquer informação sobre o Asfixia Social, como vídeos, dvds, músicas, letras, agenda de shows, etc, estão no www.asfixiasocial.com.br.
Sem você não somos nós e a parada é a seguinte, que JUNTOS SOMOS RESISTÊNCIA! Vamo nessa!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Entrevista com Fabio da Pugna Prole

O papo de hoje é com o Fabio Cordova, vocalista da banda Pugna Prole, da cidade de Balneário Camboriú-SC. A banda é uma das participantes da recém lançada coletânea "Contra Cultura 2015", uma produção do Houly do selo Contra Cultura Records. Acompanhe aí:
Fabio Cordova-Vocal da Pugna Prole.
Quando surgiu a ideia de montar a banda e por que esse nome?
Então, a banda teve inicio por meados de 1997, no colégio estadual Pedro Macedo em Curitiba, eu estava na 8º série, tinha 16 pra 17 anos e já curtia muito Punk Rock desde que conheci Ramones e o punk rock nacional. Como nasci e cresci no subúrbio de Curitiba, a situação não era fácil, de cara me identifiquei com as letras de protesto e revolta. Bom, mas voltando a banda, fui transferido pra este colégio no bairro do portão em Curitiba não conhecia ninguém somente a Gi, uma amiga minha também do bairro que estudava lá, como eu infelizmente sou fumante, logo descobri o fumódromo do colégio onde a galera ficava fumando e jogando truco no intervalo, ali conheci os membros fundadores da banda, Caius Japa (Guitarrista), Renaclo Ramone (Baixista) e o Juliano (Baterista), os caras já tinham a banda, porém não tinha o nome ainda e não estava focado em fazer punk rock de inicio, ai fiz amizade e rolou a oportunidade de fazer um teste com os caras, até então eu nunca tinha cantado em banda, mas fui lá, de inicio foi meio foda, mas os caras apostaram as fichas e acabei ficando. O Caius é um dos grandes responsáveis por me incentivar e permanecer na banda. Ai o baixista Renaclo era viciado em Ramones, o Caius também já curtia bastante punk rock e ai foi questão de tempo mudar o estilo, eu já tinha umas letras e idéias, comecei a passar pros caras, nessa época eu, o Caius e o Renaclo trampávamos juntos em uma imobiliária então o contato era diário e estudávamos a noite no Pedro Macedo, quer dizer estávamos matriculados (risos), nesse meio tempo o batera Juliano acabou que saiu da banda, ficamos um tempo em três, ensaiando sem batera e tal. Não tínhamos um nome ainda, fizemos uma lista com varias idéias e várias palavras com algum sentido ou que soasse legal, pegamos o dicionário, e sei que dessa lista saiu o Pugna que vem do verbo pugnar, protestar, e Prole de geração, descendência, se eu não me engano ficaram uns três nomes e o Pugna Prole venceu. Nesse meio tempo sem batera, conhecemos o Aníbal, outro apaixonado na época por Punk Rock e ele tinha uma banda também a Escória Punk Rock, ficou sabendo que precisávamos de batera e nos indicou o Adriano que assumiu as baquetas e assim realmente foi formada a primeira formação com o nome Pugna Prole.
Lançamento Contra Cultura Records
A Pugna Prole chegou a lançar uma demo em K7 nessa época, chamada "Realidade Urbana". Como foi a produção e divulgação desse material?
Cara, foi muito louco, naquela época as coisas eram bem diferentes e difíceis, questão de estúdio mesmo e tal, nós ensaiávamos na casa do Guita em Santa Felicidade, num estúdio improvisado em um quarto e tal, sei que ficamos sabendo de um festival de bandas no Rio de Janeiro se não me falha a memória e precisávamos do material. Marcamos a gravação em um estúdio no Largo da Ordem em Curitiba, e gravamos em uma madrugada ao vivo mesmo, não tínhamos grana e tal, sei que saímos aquela noite felizes que nem criança escutando a fita no toca-fitas do carro, ai produzimos a capinha no computador mesmo, fizemos algumas cópias, mandamos pra festivais, mas eram outros tempos a internet mesmo aqui no Brasil praticamente não existia , acabou que não tinha muito como divulgar o material, hoje em dia tudo é bem mais fácil.

O que aconteceu depois dessa gravação?
Cara foi legal nosso primeiro material gravado, e tal com ele conseguimos mais alguns shows, participação no Festival Pé Sujo em Curitiba e tal, mas meio que a banda entrou em hiato logo após.
Na real, o problema da banda ter entrado em hiato foi decorrência de bebedeiras minhas na época com 17/18 anos, era inconsequente e os caras não aguentaram mais, teve um show fatídico em qual bebi mais do que devia e acabei estragando com tudo, foi foda, acordei em casa nem sabia o que tinha acontecido, liguei pros caras e eles queriam conversar, marcamos e nesse dia o baixista e o guita pediram pra sair, o batera ate tentou segurar a onda, mas não rolava mais.
O que aconteceu durante essa parada da banda, e quando foi a volta?
Então a banda era tudo pra mim, foi muito foda essa parada e por inconsequência minha todo trabalho e tudo que fazia pela banda e tal joguei fora, sei lá n a época todo mundo moleque não soubemos trabalhar isso, cara nesse tempo eu nunca desisti da banda no meu subconsciente, pois foi o que eu sempre quis fazer, sei que nisso meio que me afastei do meio musical, acho que só aprendi quando quase morri em 2002 onde sofri um acidente de bike e fui atropelado, não era minha vez, logo depois disso eu conheci a Amanda e nos casamos. Ela sempre me incentivou a fazer o que gostava, então me deu um violão e aos pouco voltei a tocar compor. Um dia, não lembro ao certo como marcamos um churrasco na minha casa, e chamamos o Ramone e o Caius, antigos membros da Pugna, os caras não tinham parado, estavam com uma banda chamada Invasores, sei que esse churrasco foi meio que ponto chave do meu retorno pro meio musical, pois ali acho que acabou qualquer tipo de mágoa e mal entendido do passado e nesse dia conheci o Marcio Germano Kesh, quel virou um grande irmão meu, o cara é um monstro com qualquer instrumento, um músico muito foda. Nisso comecei a produzir de novo junto com o Kesh e não parei mais com a idéia de voltar a tocar.
Passou mais algum tempo, me separei, tentei montar algumas bandas, mas nada deu muito certo e em 2011 vim morar em Balneário Camboriú-SC, fazer faculdade, que aliás ainda tô fazendo. Na faculdade conheci o Renan, atual guitarrista da banda, outra peça chave no retorno da Pugna, pois o bicho virou irmão meu, apesar de diferenças de idade, temos muitas idéias e afinidades, e o bicho também tinha a vontade de ser músico, na faculdade sempre comentávamos sobre montar uma banda e tal, mas o retorno mesmo só veio em 2014.
Renan na guitarra.
Eu já tinha bastante coisa escrita e algumas melodias, já conversava com o Renan sobre montar a banda, no começo ele iria tocar bateria, mas sempre faltavam os outros integrantes. Um dia postei a letra de “Copa pra Quem?” no meu facebook e sou amigo do Mao, o qual eu sou fã, sempre curti muito Garotos Podre, uma influência muito forte minha, e eis que o bicho compartilhou minha letra e elogiou um monte. Isso pra mim foi o start pra retomada, como ficávamos só na conversa, eu e o Renan, e não conseguíamos de fato, pensei: vou intimar o bicho, se ele não topar agora, gravo essa música nem que seja sozinho, mas ai ele topou, só que agora ele iria tocar guitarra, mas ainda faltava o baterista e o baixista...Coincidências a parte no decorrer que vim morar aqui em Balneário, fiz amizade com o nosso Atual baterista o Adriano que é proprietário do Estúdio Overdrive aqui, tinha tocado com ele a convite de um outro amigo num projeto, enfim, sei que acabei indo morar duas casas do lado do estúdio e o Adriano virou irmão meu também.
Ai pra gravar a bateria de “Copa pra Quem?”, convidei o Adriano pra fazer a batera, o baixista eu convidei outro amigo que conheci aqui também, ele é o baixista da banda Rodinaldos aqui de Balneário. Gravamos a single e lançamos antes da Copa do Mundo, ali foi o retorno da Pugna Prole, lançamos e decidi dar continuidade no trabalho que tinha ficado em hiato, pois não tinha sido bem um fim da banda e fiz questão de continuar a história da banda. Nesse meio tempo de um pouco mais de um ano pra cá, ficamos em estúdio ensaiando e acabou que ficamos sem o baixista, mas não paramos. Coloquei um anúncio no face em um grupo aqui local e o Duh, nosso atual baixista, entrou na banda.
Da esquerda p/ direita: Eduardo, Adriano, Fabio e Renan.
Vocês são do Paraná e eu confesso que em uma visita que fiz a Curitiba em 2010 não gostei muito do que vi, por parte dos moradores da cidade, uma cidade fria com os visitantes, não sei se pelo fato de perceberem pelo meu sotaque que eu era nordestino e tal, mas não fui muito bem atendido em bares e restaurantes da cidade. Mas por outro lado, fui bem recebido por outras pessoas como taxistas e em um bar chamado Hangar, que eu fui num show também lá durante essa minha viagem. O que você tem a dizer sobre isso?(no blog tem um texto sobre essa minha viagem a Curitiba)
Na real, eu e o Duh somos paranaenses, mas cara, é bem isso. Curitiba é foda nesse sentido, realmente as pessoas de Curitiba são frias, morei lá 30 anos, já mudou acho que bastante, mas ainda é assim, lá tu pega um ônibus todo dia com as mesmas pessoas de manhã e ninguém te da bom dia...tenso, mas não dá pra generalizar também, encontra sim pessoas hospitaleiras como você mesmo disse.
Quanto ao Hangar, sem palavras, mano. Foi meu berço da música onde vi meus primeiros shows na adolescência, e depois quando me separei, trabalhei lá de bar man um ano e meio, muito bom, vi muita banda boa e fiz muitas amizades. Mas te digo a galera gostava do meu atendimento e me pergutaram várias vezes de onde eu era, como se eu não fosse de Curitiba, pelo meu jeito de tratar as pessoas.
Eduardo no baixo.
Mas vamos voltar a falar de coisas boas... a banda tá voltando com tudo e gravando algumas músicas novas, participando inclusive da clássica coletânea Contra Cultura 2015, organizado pelo selo catarinense Contra Cultura Records, do Houly da banda Horda Punk. Como tem sido pra vocês essa volta e quais os planos agora?
Cara, realmente coisas boas, como disse, estávamos já há um ano de estúdio trabalhando nas músicas, com o Duh no baixo, e um dia no facebook vi a postagem de um amigo meu o Fábio, vocal da Bloqueio Mental de Curitiba (conheci ele no hangar), falando sobre a participação deles na coletânea, no post que falava eu entrei em contato perguntando como fazia pra participar do projeto e o Houly me respondeu que tinha vaga pra uma banda, metemos a cara e gravamos mais duas músicas que estão na coletânea: Meninos de Rua e Não Seja Escravo de Ninguém. Ai com isso começamos a divulgar mais na internet, pois antes estávamos só com a música “Copa pra Quem?” gravada, nisso foram abrindo várias portas com as musicas novas, o feed back tem sido bom, a receptividade das músicas tem sido boa.
Agora estamos em uma mini turnê aqui pelo estado de Santa Catarina e correndo atrás de mais locais ai pra tocar, o projeto é divulgar mais o som e na sequência lançarmos nosso primeiro EP do retorno que vai se chamar “Você Pode Vencer”.
Adriano.
Obrigado pela atenção. O espaço é de vocês, falem o que quiserem agora!!!
Quero em nome da Pugna Prole em primeiro lugar agradecer pelo espaço e oportunidade e também elogiar seu trabalho ai na divulgação de bandas independentes, conheci o blog também através da Horda Punk e da participação na coletânea.
Acho que pra finalizar a mensagem que a Pugna Prole quer deixar é o que as nossas músicas falam, e fica um trecho da musica “não seja escravo de ninguém”:
Não se deixe iludir
Você não pode desistir
Seu destino tem que traçar
Os seus sonhos não podem parar
CONTATOS:

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Thrunda lança 3º CD

 A banda Thrunda, de Fortaleza-CE, acaba de lançar seu terceiro CD, intitulado "15 anos em 23 minutos", e conversei com o Rodrigo Monte, vocalista da banda que nos fala sobre o lançamento no papo a seguir...
OUÇA AQUI O LANÇAMENTO

Como foi a produção desse material, onde e quando foi gravado?
Rodrigo Monte - Ano passado nós havíamos gravado 3 músicas desse disco, “Protesto”, Nuszeixo” e “Poluição”. Foi tipo um pré-produção pra gente dar uma sacada em como estava o som, já que estávamos tocando essas em um tom mais pesado. E ainda não tínhamos todas as músicas do disco prontas. Gostamos muito do resultado e entramos numa clausura de quase 6 meses pra terminar as composições e gravar, e também pra que eu me acostumasse mais ainda com o baixo, já que passei a tocá-lo e viramos um Power trio no final do ano passado. E em junho e julho desse ano gravamos, produzimos e masterizamos o disco no VTM estúdio, aqui mesmo em Fortaleza!
Foto: Gandhi Guimarães
Esse é o 3º CD, qual a expectativa de vocês para esse novo trampo?
Rodrigo Monte - Queremos que ele chegue o mais longe possível, tanto virtual como fisicamente. No disco anterior tivemos muito boa aceitação, e ele nos levou a conhecer muitos lugares com os shows. Nesse queremos ir cada vez mais longe, onde a gente poder meter ele por aí ele chegará!!

O CD foi lançado em parceria com vários selos. Quais foram e onde a galera pode encontrar para compra ou audição/download?
Rodrigo Monte - Brechó Discos, Big Bross, São Roque, todos daí da Bahia, o que é fruto do nosso contato e irmandade que temos com a galera da boa terra, e pela Associação Cultural Cearense do Rock, da qual fazemos parte aqui. A galera pode conferir tudo sobre a Thrunda, agenda, fotos, lojinha virtual, baixar todos os discos no nosso recém lançado site: www.thrunda.com.br .

Quantas faixas tem o CD e qual a linha que vocês estão seguindo?
Rodrigo Monte - O disco contém 11 faixas e costumo dizer que ele é realmente o que nós somos, ou no que o tempo nos transformou. Quando a banda começou lá no início do ano 2000 nós tocávamos única e exclusivamente só punk rock Brasil dos anos 80, que é um som que é nossa grande influência, mas não tínhamos idade pra curtir na época. Com o passar dos anos começamos a incorporar no nosso som o que realmente a gente viu surgir e acompanhou, que é tudo o que foi feito nos anos 90. Rap core com metal e HC noventista é o que se vai encontrar muito nesse trabalho, mas sempre com um pé no bom e velho punk rock clássico. Além do peso que está bem maior comparado aos anteriores. Estamos muito orgulhosos desse trampo e esperamos que todos que nos conhecem, e que venham a nos conhecer, curtam como nós estamos curtindo!!

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Entrevista com Serjão da Vozes de Combate

O bom de ter um selo de divulgação e um blog é você, uma vez ou outra, receber em casa materiais bacanas como o da banda Vozes de Combate. E melhor ainda do que receber materiais, é poder conversar e conhecer um pouco mais sobre as bandas que habitam o underground e que estão em constante movimento em suas cidades. Então conheça mais uma banda bacana aqui no blog Tosco Todo, e conheça também um pouco mais sobre o que anda fazendo a banda Vozes de Combate!!! O papo de hoje é com  Serjão, guitarrista da banda.
Serjão -Vozes de Combate
Bom, pra começar, fale um pouco sobre o início da banda. Quando surgiu a Vozes de Combate?
Serjão - Vozes de Combate de princípio chamava-se The Drunk, surgiu em meados de 2007, por volta de 2010 resolvemos mudar o nome, o nome The Drunk não estava soando muito bem, não gostávamos desse nome e decidimos enfim transformá-la em Vozes de Combate, que afinal agora sim tem tudo a ver com o propósito da banda, pois por meio de nossas vozes que podemos combater o que está errado e tentar conscientizar quem ainda acredita na apatia e esperar pelo sistema para trazer um modo de vida digno, devemos levantar da cadeira, erguer as mãos e a cabeça e buscar o melhor pra si e pra humanidade sem esperar algo de governo, houve muitas mudanças de integrantes de lá pra cá, eu ( Serjão guitarrista) e o Sidnei (Vocalista) estamos persistindo a tempos, neste último ano o Rodrigo (baixista) e Elaino (Baterista) vieram pra somar e estamos numa formação sólida.
Da esquerda p/ direita: Elaino, Rodrigo, Serjão e Sidnei.
Quais eram as influências musicais?
Serjão - Bem, há algumas influências em comum, como Stiff Litle Fingers, The Clash, The Addicts, Public Toys, Rancid, Bad religion, Oxymoron e claro bandas nacionais como Cólera, 365, DZK, Invazores de Cérebro, Flicts, subviventes e muitas outras.

Qual a temática das letras da Vozes de Combate?
Serjão - As letras basicamente falam sobre os problemas do cotidiano e procuramos não só apontar os problemas, mas incitar quem está ouvindo que podem fazer algo para melhorar, assim pela filosofia do anarquismo, mostrar que deve haver igualdade de povos, respeito com o próximo seja ele idoso, criança, mulher, homossexuais, animais, independente de classe social e profissão.

Eu costumo dizer que ter uma banda de punk rock já é, por si só, uma grande contribuição para a conscientização das pessoas, e consequentemente para uma mudança da sociedade. Mas tem bandas que além disso, ainda participam de coletivos e Ongs em ações mais efetivas em suas comunidades. Por outro lado tem gente que diz que ter uma banda de punk rock não vai mudar o mundo. O que vocês tem a dizer sobre isso?
Serjão - Não só eu, como todos da Banda acreditamos que seria em vão somente escrever as músicas e não agir da forma que falamos, o nosso intuito sempre foi conseguir ajudar de uma forma prática, ou seja, Vozes de combate está realmente engajada em ajudar quem necessita, sempre que podemos organizamos eventos beneficentes para arrecadar material que possa amenizar um pouco o sofrimento de quem precisa, exemplo disso, nos unimos ano passado para realizar um evento que arrecadasse rações e produtos de limpeza para uma ONG que cuidam de animais chamada “Amicão”, tento sempre realizar eventos em época estratégicas e arrecadar doações como dia das Crianças e Natal arrecadando brinquedos para as crianças carentes, na época do inverno arrecadar agasalhos, mês passado realizamos um evento juntamente com o DZK e Leucócitos onde arrecadamos mais de 150 agasalhos e contribuímos com a ONG “Torre Forte”, com essas atitudes que não custa nada, acredito que podemos contribuir um pouco e ter uma banda punk não é apenas uma união de loucos que não tem nenhum intuito.
 
A partir de 2010 a banda começa a produzir seu material autoral, gravando alguns EPs e participando de coletâneas. Como se chamava e como foi a produção e distribuição da primeira demo?
Serjão - Antes de 2010 a banda também produzia material autoral, acontece que não houve registro e se amadureceu a partir de 2010 mesmo, assim começamos a gravar e distribuir o material gravado, eu como tinha um estúdio de gravação e ensaio fiz este registro da demo, contava com doze músicas o título era Homônimo, “Vozes de combate”, foi feito da mais pura forma “faça você mesmo” duplicávamos em casa e a capa era xerocada e distribuída em shows, não sei precisar quantas cópias foram distribuídas, logo gravamos um EP chamado “Ninguém chora por tí” com cinco músicas da mesma forma da demo, e utilizamos estas músicas em coletâneas, três delas na coletânea “EXPRESSO DO SUBURBIO” lançada pelo selo FEIO RECORDS com 1000 cópias, e as outras duas em outra coletânea onde eu e o Rômulo da banda Condenados organizamos intitulada “ Punk, uma liberdade de escolha” que também saiu 1000 cópias.
 
Vocês também tem um selo de distribuição, chamado "Combate Records". De onde surgiu a idéia de ter o próprio selo?
Serjão - Ao gravar o primeiro disco oficial da banda “Alvedrio” não conseguíamos parceria com nenhum selo pelo fato de estar difícil a situação financeira pra todos, mas aí já é outro papo (kkkk) enfim, fizemos nossas economias e todos contribuíram com uma parte para que este disco finalmente saísse da forma que queríamos, tive a idéia de lançar o selo “Combate Records” e estou na correria para poder distribuir da forma que podemos, enviei alguns cds pra Itália, pra Argentina, e quero distribuir pra toda região do Brasil, faço trocas com outros selos, com bandas que fazem bancas em shows e por aí vai!

Esse ano a banda lançou o CD "Alvedrio". Qual mensagem vocês queriam passar com esse título?
Serjão - este título é engraçado pois é raro as pessoas saberem o que significa, isto de uma certa forma é interessante porque há muitas pessoas que buscam saber o significado, pois é muito simples, significa “Livre arbítrio”, ou seja, faça o que der na telha, este é o título do disco e de uma música, na música eu quis expressar que devemos fazer o que queremos agora sem ficar presos a comodidade pra não sermos infelizes, por isso escolho fazer o que quero mesmo! pra não me arrepender futuramente, isso serve tanto na esfera profissional como na pessoal.
Ouça aqui um som
A Vozes de Combate já teve várias formações. O que fez com que isso acontecesse? Quem de vocês faz parte desde a formação original?
Serjão - Na banda passaram muitas pessoas, eu acredito que não havia muita seriedade no começo e entravam e saiam a hora que queriam, acredito que após o ano de 2010 começou a ficar mais sério a coisa e tivemos a vontade de fazer acontecer. Eu entrei na banda em 2010, o Sidnei está desde a formação original.
Sidnei - Único da formação original.
Em quais bandas os integrantes atuais já tocaram?
Serjão - Eu (Serjão) toquei em muitas bandas punks da região vai o nome delas: Senso Crítico, 88não!, Anti I.M.A. e Grito de Rua; Sidnei tocou no Anti I.M.A.; Rodrigo tocou no The Brejas, Jokermam, Street for noise, Chagas e Elaino tocou no The Brejas e Roots Radicals.
Rodrigo nos graves!
E em Mauá, como anda a movimentação?
Serjão - Em Mauá surgiram muitas bandas que tiveram uma grande repercussão no cenário punk entre elas; Garotos podres, Subviventes, 88 não!, Senso crítico, já foi berço de muitos shows e coletivos, não só Mauá mas como a região do Grande ABC, pra quem não sabe é uma região proletária onde há muitas montadoras de veículos e indústrias grandes, região composta por sete cidades, vizinhas da cidade de São Paulo, nesta região há inúmeras bandas respeitadas no cenário nacional e até internacional, como DZK, Ação direta, Ulster, Autogestão, Lixo suburbano e muitas outras.
Bem a cena underground está se reerguendo graças a força de vontade das bandas que continuam a fazer os eventos independentes.
 
Hoje em São Paulo tem espaço para as bandas undergrounds se apresentarem com frequência? Qual a média de shows que vocês fazem por ano?
Serjão - Em São Paulo tem poucas casas para o underground, acredito que podia ser bem melhor, há casas na capital ou no interior que dão uma certa estrutura para bandas posso citar o Hangar 110, Zapata, Cidadão do Mundo, Lolla Palloza, Tupinikim, Forasteiros Rock bar, Estúdio Noise Terror em São Paulo, no interior conheço o Okus Pocus, Rock in Bro, no litoral há o bar Central do Brasil, A Caverna, ainda temos aquela velha história de transformar um boteco em pico alternativo e rolar o nosso som, nossa organizamos e levamos os equipamentos e bora pro Punk Rock pois os proprietários de casas de shows ou bares de rock acreditam que bandas covers que faz levar dinheiro pra casa.
Em relação a média de shows variam muito, há meses de tocar todos os dias dos fins de semana e há meses de tocarmos três ou quatro vezes por mês.
E o público nesses shows, tem contribuido comprando CD e material da banda? Como tem sido a receptividade ao trabalho de vocês por onde passam?
Serjão - Sim, estão comprando, estamos vendo que o número de pessoas que estão acompanhando a banda está aumentando.

A banda já tocou fora do estado de São Paulo? O que vocês conhecem da cena do Nordeste? Existe algum pensamento de viajar em turnê por essas bandas de cá?
Serjão - Nunca tocamos fora do Estado de São Paulo, temos muitos contatos em outros estados, como no Rio de janeiro, paraná, minas Gerais, Rio grande do Sul, Sergipe, Pernambuco, Brasília, tenho certeza que logo estaremos fazendo umas excursões por outros estados, inclusive aí na Bahia.
Sei que existe cenas underground em todas as regiões do Brasil, claro que há bandas que se sobressaem a nível nacional até internacional, mas sei também que a cena regional também contribui e muito para o crescimento da cena underground.
Elaino em ação!
Bom espero que um dia eu possa ver vocês por aqui. Obrigado pela atenção, o espaço é de vocês para falarem o que não foi contemplado nas perguntas acima, fazer divulgação de contatos e endereços virtuais...o espaço é livre pra vocês!!!
Serjão - Valeu Nem pelo espaço, esperamos um dia irmos pra Bahia fazer um som e conhecer cada vez mais bandas da cena Punk. Bem quero convidar a todos pra visitar a página da banda no face book e conferir os sons no youtube e no soundcloud.
Segue os links pra poderem conferir:
https://www.facebook.com/Vozes-de-Combate
OUÇA MAIS EM: soundcloud.com/vozesdecombate
Email: bandavozesdecombateoficial@gmail.com

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Banda E.D.I. lança Extinção

Vamos começar a semana ouvindo uma sonzeira?
A banda E.D.I. da cidade de Natal-RN acaba de lançar mais um trabalho. Intitulado "Extinção", esse é o  terceiro em estúdio da banda. E.D.I. nos mostra como duas pessoas, Thiago (guitarra e voz) e Caroline (bateria e voz), podem fazer um som rápido, seco, grotesco, sem enrolação e sem frescura. Gravado dia 10 de Julho de 2015 no Estúdio F em Natal, o EP trás 6 faixas rápidas e de intuito social. Em breve a banda estará lançando em formato físico!!
Baixe aqui para ouvir
 Contatos:
https://www.facebook.com/EDI

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Entrevista com a banda Krathera

O blog Tosco Todo não anda tão movimentando como antigamente, os motivos são os mais variados, mas em compensação ainda tá rolando umas entrevistas legais por aqui. O papo de hoje é com uma galera nova de Vitória da Conquista, que vem buscando seu espaço na cena underground. Converso hoje com a banda Krathera, que mistura death, thrash e heavy metal...e canta em português!!! Acompanhe aí e conheça mais uma banda no blog Tosco Todo!!!
Krathera da esquerda para a direita: Warlei Silva (guitarra), Lucas Melo (bateria), Victor Santos (vocal), Rafael Leandro (baixo) e Diego Soares (guitarra).
1-A Krathera é relativamente nova, quando começaram e de onde veio a idéia de formar a banda? 
Krathera: Bom, a Krathera teve início em 2013, quando Victor Santos (vocal) e seu irmão Diego Soares (guitarra), que já estudavam música, tiveram a idéia de pôr o que estavam aprendendo em prática, então chamaram Lucas Melo para assumir as baquetas, Lucas chamou Warlei Silva que se tornou guitarrista solo e Warlei chamou Rafael Leandro, que se tornou baixista da banda.

2-A banda mistura death, thrash e heavy metal, mas já faz, na minha opinião, algo diferente que é cantar em português. Quais as influências e porque ir na contramão do estilo e cantar em nossa língua?
Krathera: A ausência de bandas do gênero que utilizam nossa língua em suas letras foi um dos maiores motivos para o Krathera se aventurar compondo suas músicas em português, outro motivo foi algumas influências da banda, que já faziam este trabalho, como Claustrofobia e Project46.
Krathera em ação no bar Cana Café, em Conquista.
3-Algum de vocês já tinha participado de outros projetos musicais, ou esse é o primeiro?
Krathera: Rafael Leandro (baixista) foi o único a participar de outros projetos.

4-Então já começam regaçando, lançando no final do ano passado a primeira demo chamada "Seu Sofrimento Começou". Como foi o processo de gravação e produção desse material?
Krathera: O processo inteiro desde a gravação e mixagem das músicas até a arte final da capa durou cerca de 8 meses. Durante as gravações não houve nervosismo pelo fato de já ensaiarmos no mesmo estúdio que gravamos desde o início da banda.
 Ouça aqui a Demo "Seu sofrimento começou"
5-Como funciona as composições da banda, quem escreve a letra, quem faz a música? E de onde buscam as inspirações?
Krathera: Quem compõe as letras é Victor Santos (vocalista) e as inspirações vêm principalmente de filmes de terror. Focamos em uma idéia central para determinada música, e a partir daí vamos moldando, compondo riffs por cima, frases, até chegarmos em algo concreto. É importante ressaltar que todos participam do processo de composição.

6-Eu conheço vocês já têm um bom tempo, sempre prestigiando os eventos de rock aqui na cidade. Hoje vocês têm uma banda, e fazendo uma análise sobre a cena de Conquista, por esses dois ângulos, do público e de quem tem banda, o que vocês acham que deve melhorar?
O que fazer para manter a cena de Conquista em constante movimento?
Krathera: Hoje, como banda, podemos enxergar melhor a dificuldade que se tem em fazer música underground, principalmente aqui na Bahia. O que mantém a cena de Conquista viva é a dedicação cada vez maior dos envolvidos, a ascensão constante de bandas de metal de várias vertentes e o público, é claro. Um fator que fará a cena melhorar sem dúvida é um apoio maior de organizadores de eventos e proprietários de casas de show, afim de que não deixemos a cena morrer por falta de espaço para tocar.

7-E sobre o primeiro show da Krathera, onde foi e o que vocês guardam de recordação?
Krathera: Nosso primeiro show foi no espaço Underground (antigo Ice Drink) em um evento organizado pela banda Dona Iracema. O que mais nos marcou foi a aceitação do público tanto das músicas autorais, quantos dos covers, a agitação, o olhar de surpresa mesclado com admiração, o mosh, todas aquelas pessoas batendo cabeça, foi fantástico.
 
Primeira apresentação no espaço Underground, aqui em Vitória da Conquista.
8-E agora, quais os projetos futuros?
Krathera: Já estamos no processo primário de produção do próximo trabalho, que será o nosso primeiro CD independente que deve ser lançado do segundo semestre de 2016 até o início de 2017.

9-Deixem o contato aí para quem quiser falar com a banda, o espaço é de vocês!!!
Krathera: Queremos agradecer imensamente a você Nem, pela oportunidade, pra nós é sem dúvida uma honra. Para quem tiver interesse em conhecer nosso som, temos uma página oficial no facebook: https://www.facebook.com/krathera e para quem quiser adquirir nossa demo é só ligar no: 77 8851-6395 ou entrar em contato por mensagem na nossa página.