sábado, 29 de setembro de 2012

Entrevista com o Emanuel Jr. da Aorta

A entrevista de hoje é com o Emanuel Jr. da banda Aorta. Formada em meados de 2000 no bairro de Afogados, Recife-PE, co-fundadora do movimento Farinha do Rock, junto a outras bandas da cena local, a Aorta está prestes a lançar um novo material. Acompanhe aqui e saiba mais:
Emanuel Jr.- Guitarra e vocais da Aorta
 1-Primeiramente quero que vocês nos contem em que circunstância foi formada a banda Aorta, e em que ano isso aconteceu?
Emanuel Jr.-Bom, o início foi uma longa história ligada à outra banda, mas para encurtar, fui simplesmente expulso da minha antiga banda chamado Sob-Efeito. Certo dia cheguei lá no estúdio para marcar um ensaio para a banda e me deparo com os caras ensaiando e isso foi muito foda pra mim, me lembro ter tido na época uma discussão com o Humberto (Sob-Efeito), hoje muito meu amigo, relativo as músicas que estavam ficando muito pesadas (Hardcore), mas não era motivo para terem agido daquela forma comigo. De agosto de 1999 a janeiro de 2000, fiz alguns rabiscos num papel e deles saíram “Um Quadro de Um País Em Crise”, “O Que Você Não Gosta de Escutar” e “Natal Vermelho”. E foi dessa necessidade de expressão, de uma musicalidade mais rápida e reunião de amigos que surgiu a Aorta, no dia 02 de janeiro de 2000.
Waldemar Neto na bateria
2-A banda gravou em 2010 o primeiro EP Sangue Novo. Por que demoraram tanto pra fazer esse primeiro registro?
Emanuel Jr.-Na verdade, o Sangue Novo E.P. não é o nosso primeiro registro, mas foi um grande marco para a volta definitiva da banda depois de 6 anos parada por motivos pessoais de cada um (trabalho, estudos, família) e um desestímulo que foi iniciado em 2003, em relação a algumas atitudes do nosso primeiro baterista, o Elísio (Mundo Kaya). Deixamos bem claro que não guardamos rancor do mesmo, independente dos estresses, somos muito amigos hoje em dia. Existe uma demo gravada em 2002 chamada “Cansei...”, um material com baixa qualidade, gravada por Daniel Farias (Ugly Boys), num único estúdio que existia no bairro de Afogados naquela época, o Canto do Lixo, que ficava nos fundos da padaria do pai de um amigo nosso, o Geydson (Ugly Boys). Neste registro gravamos de forma bastante precária em apenas 4 canais, sons que nos acompanham até hoje em nossas apresentações, dentre estes: “O Quadro de Um País Em Crise”, “Natal Vermelho”, “O Que Você Não Gosta de Escutar” e o som que dá título a demo, “Cansei...”.
DOWNLOAD - SANGUE NOVO - EP 2010
3-Em 2012 a banda volta com uma nova formação, contando com 2 ex-integrantes da banda Câmbio Negro HC. Como foi a chegada dessa galera, e o que isso acrescentou ao som da Aorta?
Emanuel Jr.-Começamos 2012 como um Power Trio (Emanuel Jr. – Vocal e Guitarra, Eduardo – Baixo e Waldemar Neto – Bateria e Vocais Adicionais), pois precisávamos minimizar os conflitos (falta de comprometimento em geral) que estavam impedindo que a banda evoluísse e para não dependermos da boa vontade de alguns, chegamos à conclusão que só seria interessante deixar na banda pessoas que realmente tivessem o mesmo interesse em comum, e não foi nada fácil expor o ponto de vista da parte interessada para a parte não comprometida. No início de abril, fiquei sabendo que o Ajax (Os Cachorros) havia assumido os vocais do Câmbio Negro HC e por não ter achado interessante a entrada do mesmo na banda (nada contra o Ajax), expus ao Pesado, até porque já tínhamos uma amizade desde que fiquei sabendo que a Câmbio Negro HC estava ensaiando e iria voltar as suas atividades, e o mesmo me poupou de detalhes e disse apenas que o Ajax era muito seu amigo e que seria a melhor opção para a banda naquele momento. Enfim, conversamos muito sobre a cena atual, bandas em várias oportunidades e daí ele me questionou se eu tinha banda, se tinha material, etc.. Mandei links nosso da net para ele e daí ele elogiou bastante e perguntou se teria algum problema em ir um dia ao ensaio nosso. E antes de acontecer do mesmo ir a um ensaio da banda, ele disse em outra oportunidade: - Já falou pra galera sobre o novo vocalista? Eu: - Como assim, ta falando sério? Ele: - Sim. Estou procurando uma banda. Eu não acreditando na situação, falei para os demais integrantes e eles disseram que deveríamos marcar um ensaio para ver se rolava sinergia e tal. Ta aí. De fã a amigo, de amigo à integrante de uma mesma banda, que doideira. Um mês com Pesado no vocal, sentimos a necessidade de mais uma guitarra, convidamos o Adelmario (Veneno), mas por motivos pessoais não pode ficar naquela época na banda e Pesado depois falou de um amigo que havia tocado na Câmbio Negro HC na década de 80 e foi daí que apresentamos o nosso som para Caru um cara muito interessado e dedicado, veio para somar e fazer as coisas acontecerem. A troca de experiência tem sido muito positiva, ambos aprendemos uns com os outros e é essa formação que eu acredito que vai perdurar, a formação mais madura que a banda já teve.
Pesado em estúdio na gravação do novo EP da Aorta
4-Agora a banda está preparando um disco novo. Qual a previsão de lançamento e o que a galera pode esperar desse material?
Emanuel Jr.-Este material estava estacionado desde novembro de 2010. Começamos a gravá-lo e vieram as mudanças, o que fez com que este material ficasse latente por mais de um ano. Só agora em 2012, e com a surpresa da entrada do Pesado no vocal e Caru na guitarra, conseguimos tirar o projeto da gaveta e torná-lo uma realidade. O E.P. “Acorde!” conterá 12 faixas, duas delas têm participação mais que especial de nossa amiga de sempre Luciana Menezes e Davi (Nação Corrompida), e a previsão para lançamento deste trabalho, acredito que só no 1° semestre de 2013, pois estamos querendo fazer um lance bem organizado. O que a galera pode esperar é um material sincero, maduro e com um conteúdo 100% cabeça e responsável.
Capa de divulgação do novo EP já pronta e aguardando lançamento!!!
 5-Quais os temas das letras e quem as escrevem?
Emanuel Jr.-Eu escrevo a grande maioria delas. Em algumas tenho parcerias como: “Cansei...” que foi escrita em março de 1998, juntamente com Thaísa Lima, quando éramos apenas 8ª série, e nessa época eu estava descobrindo e me informando sobre o movimento punk, a “Desamparo/Desespero”, que foi feita em 2003, em parceria com o Shurato (Nômades), “Vida Severina” que foi escrita em 2001, juntamente com Ismael José, amigo das antigas e parcerias com o poeta marginal Rogério Vícios F... (Movimento Desabafa Pina/Movimento Farinha do Rock), quando gravamos/musicamos duas poesias cedidas por ele, “Auto-Estima” e “Blackout”. Minha escola musical foram os Ramones, Sex Pistols, The Clash, Devotos, Cólera, Inocentes, Olho Seco, Ratos de Porão. Em 1999, conheci o som de bandas como Circle Jerks, The Stooges, Buzzcocks, Câmbio Negro HC, Ataque Suicida, Elefante Verde, Nação Corrompida, Estado Decadente e Mukeka di Rato que com o tempo foram me influenciando também. Em nossos temas abordamos um contexto social, aquilo que nos cerca, nos incomodam, as guerras e as suas conseqüências, o descaso com os seres humanos, o holocausto animal, a politicagem no nosso país, o auto-estima dos seres humanos, a persistência e homenagens a aquilo que achamos que há méritos em receber.
Ricardo Caru e Eduardo em estúdio.
6-E shows, a banda tem feito?
Emanuel Jr.-Fizemos umas 3 apresentações nesse ano de 2012, e de abril para cá ficamos apenas produzindo em estúdio para que os novos integrantes se adaptassem ao ritmo da banda e nos dedicando a conclusão do E.P. “Acorde!” Mas já tem mais umas 3 apresentações ainda este ano que em breve estaremos divulgando na nossa página da web e divulgadas pelos demais canais e redes de relacionamentos.

7-Tenho percebido que a cena de recife tem uma movimentação muito forte, já entrevistei várias bandas que reforçaram isso. Mas na opinião de vocês, o que a cena tem de bom, e o que tem que melhorar?
Emanuel Jr.-A cena de Recife realmente é muito forte, as pessoas estão buscando se interessar mais por ela. A amizade entre bandas e seus integrantes de outras cidades próximas é um ponto positivo, a força de vontade de cada um em querer fazer o lance acontecer em seus bairros, descentralizando e mostrando suas identidades é outro ponto positivo. Essas coisas é que fazem com que sempre haja vontade em está participando junto aos coletivos, grupos e nichos que se organizam em prol da cena com suas reuniões mensais e externalização de idéias e ações. O público ainda precisa se conscientizar de que, para que se mantenha viva essa cena que muitos se esforçam para está movimentando, precisa-se contribuir indo aos shows e colaborar com os valores que são cobrados para que os eventos, gigs, venham a acontecer com mais freqüência.
Video "Aorta - Mundo Pre Histórico"

8-Você faz parte do Movimento Farinha do Rock. O que essa movimentação tem proporcionado para a cena local? Qual a principal linha de ação desse movimento?
Emanuel Jr.- No começo, antes de darmos um nome a toda àquela movimentação de bandas locais no bairro de Afogados, a coisa acontecia nas proximidades do Largo da Paz no próprio bairro, atrás de uma igreja católica, onde eram realizados ensaios abertos ao público. Depois de algumas conversas e trocas de idéias, no mês de março o lance passou a acontecer em frente a uma padaria do próprio bairro, próximo à estação de metrô, na Estrada dos Remédios. No primeiro dia, em 10 de março de 2002, um domingo de muita chuva, bandas como Ugly Boys, BxHxC (Bandos de Hardcore), Nuvem Raio e Hemp Armageddon ali se apresentavam embaixo de uma lona de caminhão que o nosso amigo Israel (Hemp Armageddon) desenrolou para não acabar com a tarde planejada. Tínhamos a regalia da energia e do espaço disponibilizado pelo Sr. Menezes (dono do estabelecimento) pai do Geydson (Ugly Boys) e daquele dia em diante todos os domingos passariam a ser sagrados e através da divulgação boca-a-boca, vimos aquilo tudo tomar uma dimensão assustadora. Logo se espalhou a notícia de que ali havia um movimento de divulgação de bandas e logo veio à parceria com outros bairros, cidades e estados. Todos os domingos 5 a 6 bandas de graça tocando para a alegria do bairro e de todos que ali estavam, muitos vindo de longe. Resolvemos fazer uma reunião depois do segundo domingo com as pessoas envolvidas para documentar tudo aquilo que estava acontecendo e no que poderia ser melhorado. Fazíamos pautas, delegávamos algumas atividades dentre aqueles que ali estavam interessados em fazer aquilo acontecerem cada vez mais, dentre estes: Geydson, Daniel (Ugly Boys), Gordo, Shurato (Nômades), Nano (El Ramiros), Emanuel Jr. (Aorta), Rico (BxHxCx) e o poeta marginal Rogério Vícios F... (Desabafa Pina). Era algo muito prazeroso em fazer em menos de um mês a agenda de marcação de bandas que teriam interesse em mostrar seu trabalho estava cheia, pelo menos uns 3 meses a frente. O Farinha do Rock foi palco para muitas bandas na época, entre elas: Nômades, Aorta, Ugly Boys, Estado Decadente, El Ramiros, Los Locos (Ex-Hemp Armageddon), BxHxCx, Elefante Verde, Ploidriver, Grito Civil, Revolta Civil, Black Dreams, Porra, Tumor no Cú (PB), Bastardos Infames, Mundo Kaya, Nuvem Raio, Nebulosa, Phrasis, Abrôlho, Ataque Suicida, Emergência, Sofia em Chamas, Joãozinho Podre, Persistentes, Matalanamão, Os Medonhos, Rabujos, Nação Corrompida, entre milhares de bandas. O bom dessa época é que havia respeito entre estilos diferentes do rock clássico, passando pelo psicodélico, alternativo, hard rock, heavy metal, trash metal, punk e hardcore. Nessa pisada passaram-se dois anos seguidos, todos os domingos, e depois que Sr. Menezes passou o ponto (espaço físico) onde acontecia todo esse cenário, ficamos órfãos de tudo aquilo que havíamos construído e só depois de 10 anos em 17 de março deste ano, tive a idéia de instigar e voltar a fazer o Farinha do Rock novamente, o que tem sido da mesma forma muito prazeroso fazer, apesar de não ser mais free (entrada franca), a proposta é a mesma, a sinceridade é a mesma e estamos a cada dois meses dentro de nossas condições conseguindo tocar essa lenda para frente. Underground é isso. Meter a cara e fazer. Viva o Movimento Farinha do Rock.
Tocando nos 10 Anos do Movimento Farinha do Rock ainda como trio.
9-Recentemente a banda participou da coletânea "Atitude Consciente", produzida pelo Rose, Baixista da Cama de Jornal e que reúne bandas de punk hc do Nordeste. Qual a importância de materiais como esse, e também o que vocês acham da internet como canal livre de divulgação?
Emanuel Jr.-A divulgação em coletâneas é algo sempre válido e principalmente da forma que tem sido feita. Isso só faz com que as bandas envolvidas em determinados trabalhos, possam ampliar suas redes de relacionamentos com outras bandas de outros estados e buscar essa parceria na divulgação de seus trabalhos sempre. A internet tem sido um canal positivo e consciente, pois muitos estão preocupados com a questão da poluição em nosso planeta, inclusive nós. Os cartazes e panfletos que são meios de divulgação, nem sempre acabam tendo um destino correto depois de utilizados. Como assim? Você faz panfletagens divulgando determinados shows, mas não sabe se o destino daquele papel vai ser lixo ou rua, ou ainda, aquele cartaz que você colou em determinados lugares, em pouco tempo será arrancado, mas será que o destino desses pedaços de papéis arrancados será o lixo mesmo ou mais uma vez as ruas? Então eis a grande importância deste canal divulgador. A consciência tem que começar de você, por você.
Download da Coletânea Atitude Consciente
10-Valeu rapaziada! O espaço é livre para vocês falarem sobre o que quiserem divulgar links, contatos...
Emanuel Jr.-A Aorta agradece a oportunidade, o convite do TOSCO TODO, e esperamos fortalecer e expandir essa parceria. Em janeiro espero trocar uma idéia melhor e tomar umas cervas quando a banda Cama de Jornal estiver por aqui. Abraço Nem, Rose e toda a galera que está lendo esta entrevista.
Site oficial Aorta: http://aortaoficial.wix.com/
Pré-Mix do E.P. “Acorde! ..ou morra de sono.”: http://soundcloud.com/aortaoficial/
Aorta 2012: Pesado, Eduardo, Waldemar, Ricardo e Emanuel.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Entrevista com o Walkir Inseto

O papo de hoje é com o Walkir Inseto, vocalista da banda Descarga Negativa HC, e produtor da Insetus Produções lá de Goiânia-Go. Ele nos conta como surgiu a banda, a idéia de montar a produtora e fala ainda sobre a cena local. Acompanhe aí:
Walkir Inseto
1 - Como é gravar um disco 10 anos depois do início da banda? E é a mesma formação desde o início?
Walkir- Velho é como se estivéssemos pagando uma divida, pois desde que demos um tempo muita gente cobrou e ainda cobra um material da banda. Com a saída do baterista Feses (José Vandério) não tínhamos gravado nada. Durante muito tempo tentamos voltar, mas nunca se firmou pois sempre acontecia algo. Em 2009 o Feses volta para Goiânia e tentamos voltar novamente (Walkir, Feses, Stopa, Josias - Abalo Sísmico) no que acabou não dando certo, então convidamos o Júnior (Ex Escória HC e Chorume HC), já tínhamos tocado juntos no CHORUME HC, e fiz uma participação na gravação em uma musica de sua finada banda Escória HC. No mesmo ano fui morar em Brasília e por coincidência o Feses também, conheci um guitarrista lá e as ideias batiam, era o Paulinho (Vassourito), e resolvemos então voltar com a banda e finalmente gravar. Uma vez por semana rolava ensaio, uma vez em Brasília na outra semana em Goiânia. Por ironia do destino e pra fortalecer a nossa volta Josias se muda para Brasília, foi onde realmente a DNHC estava de volta. Tínhamos três guitarristas se revezado, fizemos três músicas novas, Abismo do Nada, Qual A Sua Visão e Insisto Em Dizer Não, e fomos convidados para tocar pela primeira vez em Brasília no aniversario do Terror Revolucionário (Terror fest). Mas a maioria de nossas musicas se perderam no tempo, isso é o que acontece quando não se grava. E não durou muito tempo para que caísse novamente uma ducha de água fria, o Feses sai da banda por um motivo no quais todos entendemos, apoiamos e torcemos por ele, e sabemos que sempre estará conosco e que também faz parte de tudo isso. Mas as noticias de nossa volta, que já tínhamos oficializado e o show no Terror Fest, vimos que não podíamos parar a banda novamente sem ter gravado. Foi onde entrou o Taufic na bateria, um grande amigo e participante ativo de todos os outros projetos que tive fora da DNHC, tais como Chorume HC, Ultima Resistência e Vacilo. Logo em seguida entrou Rafael Pinguinha (Tarja Preta HC). E finalmente o DNHC teve uma sequencia de ensaio e shows, viagens, diversão, cachaça e muito hardcore. E que no dia 06 de setembro iniciamos nossa primeira gravação.
Uma foto dos primórdios da banda
Formação atual da Descarga Negativa HC: WALKIR (Inseto)/vocal, JUNIOR HC/guitarra, RAFAEL Pinguinha/guitarra, STOPA/baixo, TAUFIC/bateria.

2 - O novo disco já tem título? Segue alguma temática específica, ou é um lance mais amplo com vários temas?
Walkir- Temos algumas ideias, mas não definimos nada, queremos gravar primeiro e na hora certa sairá alguma coisa. Não nos prendemos a nenhum tema, a vida vai nos sufocando, aí vamos arregaçando as mangas, partindo pra luta e vomitando toda a indignação e revolta pra fora.

3 - Goiânia é uma cidade conhecida pela "música sertaneja", como é a reação das pessoas quando vocês dizem que fazem um som Hardcore?
Walkir- Desde que cheguei a Goiânia sempre vi uma cena forte e concreta, no inicio da década de 90 tive o privilégio de ver muitas bandas importantes de nível internacional, como Spiritual Carnage, Mandatory Suicide, Morte Lenta, HC 137 e outras que continuam influenciando gerações, e atualmente temos bandas de vários estilos e em todo canto da cidade, levantando a bandeira do underground, é quando as pessoas se chocam que aqui fazemos hardcore, metal extremo etc... Acho que estão assistindo muita TV e ouvindo FM.
Descarga Negativa HC em ação
4 - Já tive a oportunidade de conhecer a city de vocês e percebi que existem muitos bares que abrem espaço para bandas de rock tocarem. Isso é bom pra cena, né?
Walkir- Esses caras são uns guerreiros, o nosso maior empecilho é o governo, sempre embargando shows, oprimindo a galera e nunca disponibilizando um local onde possamos realizar nossos eventos e expressar a subcultura. Ainda bem que existe lugares onde o coronelismo e nepotismo (AMMA) não entram, eles batem na porta, enchem o saco, até multam mas não entram.

5 - Vocês fazem parte do Insetu's Zine que é responsável pela produção do zine virtual e também de shows aí em Goiânia. Quando que surgiu a ideia do zine e de produzir shows?
Walkir- Desde o inicio nunca esperamos nada de ninguém, assim que as musicas estavam quase prontas (até hoje não ficaram prontas rsrsrsrsr) organizamos nosso primeiro show, foi aí que nasceu a Insetu’s Produções, que sempre foi e sempre será um veiculo de comunicação, expressão e divulgação do movimento underground. Sempre organizado pelos amigos, eu e Carol sempre estivemos na frente direcionando as correrias, mas toda galera, principalmente os amigos que sempre nos ajudaram e ajudam a carregar o piano até hoje. A Insetu’s Zine tem uma necessidade de movimentar zines, blogs e bandas goianas, mas acabou estendendo a todo território nacional e divulgando no exterior. Essa idéia minha e do Kézio (Capitão kuzio), que é fundador também da Insetu’s Produções, deu certo pois hoje 95% dos acessos são de gringos que em pouco tempo ultrapassamos os 12.000 acessos. Devido a nossa vida corriqueira às vezes não dá pra postar tudo que queremos, mas não vamos abandonar o navio mesmo dentro das nossas limitações, vamos nos arrastando e postando devagar mas sempre. http://insetuszine.blogspot.com.br/.
Festa de 10 anos da Insetus Produções

6 - E com a Insetu’s Produções vocês já levaram bandas de nome na cena nacional como o Olho Seco e Agrotóxico. Qual a diferença entre trabalhar com bandas desse porte e com bandas mais desconhecidas do underground?
Walkir- A diversão é a mesma, pois quando a Cama de Jornal e a Horda Punk estiveram aqui foi muito divertido, mas quando fizemos shows com Cólera, Olho Seco, ROT, etc... Rola uma nostalgia quando era adolescente, ouvia aquele som e nunca imaginava em ver tudo aquilo pessoalmente ainda dividindo palco com os mesmos, isso não tem preço, é muito bacana.
Olho Seco na Festa de 10 Anos da Insetus Produções em Goiania

7 - Quais são os planos da Descarga Negativa depois do lançamento do CD? Pretendem fazer algum show de lançamento? E turnê, vai rolar?
Walkir- Devemos sim fazer um lançamento, pois afinal de contas são 12 anos. Isso é uma vida e temos que comemorar. Deve rolar um role, uma mini tour, ou visitar alguma bandas, cidades. Mas não preocupamos com isso, queremos mesmo e ver a bolachinha na mão da galera e pagar essa divida com underground.

8 - Pretendem disponibilizar o CD completo para download? Por falar nisso, o que vocês acham da internet como canal de divulgação de bandas?
Walkir- Claro que sim, isso acaba aproximando todos e divulgando a banda, o movimento, a cidade, as ideias, etc...

9 - A Descarga Negativa tocou no Correnteza Fest, o primeiro registro de um festival grande de rock em Correntina – BA? Como foi?
Walkir- Foi fantástico, sem contar que a cidade é linda. A iniciativa dos organizadores foi ótima. Tivemos alguns percalços, mas já esperávamos por se tratar do primeiro evento. Com as próximas edições serão melhores, pois tudo isso foi um aprendizado a mais.
Em Correntina-Ba
10 - Pra finalizar, vocês estão há 10 anos na luta aí pelo fortalecimento do underground. E hoje, como vocês vêem a cena não só em Goiânia, mas também em todo Brasil?
Walkir- Muito forte e evoluindo a todo instante, devido à internet você tem acesso a tudo. A velocidade das informações hoje não e a mesma quando estávamos na adolescência, então vejo essa galera nova com senso critico muito mais apurado, montando bandas e cuspindo marimbondos, isso e maravilhoso. Está rolando uma campanha do voto nulo numa proporção muito forte nas redes virtuais, isso é fruto de um todo, e a volta das bandas pioneiras do movimento punk ajudou ainda mais, não só fortalecendo o movimento, mas concretizando que a resistência de 30 anos atrás não foi em vão.

11 - Muito obrigado pela atenção, e o espaço fica aberto para falarem sobre o que quiserem, inclusive se ficou algo importante e que não perguntei... o espaço é de vocês!!!
Walkir- Primeiramente agradecemos pelo espaço e parabenizamos pelo trabalho na Cama de Jornal e pelo zine. E nos desculpar pela demora nas respostas. Esperamos poder dividir o palco novamente. Um grande abraço!
Blog da Insetus Produções:http://insetuszine.blogspot.com.br/.

domingo, 23 de setembro de 2012

Tosco Todo apoia Coletânea

O Tosco Todo apresenta aqui mais uma coletânea recém lançada, produzida pelo Rose Almeida, baixista da banda Cama de Jornal. "Atitude Consciente" é uma coletânea só com bandas do Nordeste Brasileiro, sendo uma banda representando cada estado: Lavage (Ceará), Sertão Sangrento (Rio Grande do Norte), Rotten Flies (Paraíba), Aorta (Pernambuco), DNA (Alagoas), The Renegades Of Punk (Sergipe), PayJones (Piauí), Chimpanzé Reumático (Maranhão) e Cama de Jornal (Bahia).
São 26 sons do mais puro punk hardcore nordestino que em breve será lançado em CD-r com capa colorida. Enquanto isso, disponibilizamos aqui pra você baixar e conhecer mais sobre a cena underground nordestina!!!
Clique na imagem para ampliar e AQUI para fazer o download

CORREÇÃO
Ficou faltando uma faixa da coletânea.
Clique aqui para baixar:

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Gerações Perdidas lança CD


A banda goiana Gerações Perdidas está com um novo trampo na praça, lançado em parceria pelos selos Massive Rec. e TBONTB, e que está disponível também no bandcamp com várias faixas para audição.
A Gerações Perdidas foi gestada no início de 2010 e teve seus primeiros ensaios em um galpão de fábrica nos arredores do bairro Vila Nova em junho deste mesmo ano. Veja aqui uma entrevista com o vocalista Matheus Germano ao Tosco Todo.
Este lançamento inclui além do cd, um encarte em formato zine com 8 páginas e você ainda leva de brinde patch e adesivo da banda! o valor para adquirir este pacote é de 10R$ (em mãos) e 15R$ (via correio, postagem paga!). Distros que tenha interesse em copias para distribuição entre em contato pelos emails abaixo:

wander.segundo@hotmail.com
geracoesperdidas@gmailcom
glauco.mingau@gmail.com

Não perca tempo e entre em contato com a galera para garantir o seu!!!

Ouça algumas músicas do CD no http://geracoesperdidas.bandcamp.com/
Kit Gerações Perdidas
Banda: GERAÇÕES PERDIDAS
Título: s/t
Estilo: Crust Punk Hardcore
Ano: 2012
Tiragem: 200 copias
Formato: CDr (cdr com rotulo impresso em silkscreen + encarte zine 8 páginas + patch e adesivo de brinde!)

Track list:
1. Mídia Corporativa
2. Contra as Religiões
3. Caveirão
4. Opressão Machista
5. Brasil: um país de poucos
6. Aliste-se
7. Belo Monte: usina da morte
8. Patrulha Ideológica
9. Aos trabalhadores de Jirau
10. Gerações Perdidas
11. A morte de seu povo
12. Ocupem as fábricas

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Entrevista com o Rodrigo da Thrunda

Mais uma entrevista com uma banda que já está na estrada há um bom tempo. A Thrunda vem lá de Fortaleza mostrando seu punk rock por várias cidades do Brasil, e esse ano a banda lançou seu segundo disco. Conversei com o vocalista Rodrigo...acompanhe aí:
Rodrigo Monte da Thrunda
1-A Thrunda foi formada em Fortaleza em 2000. Como era a cena por aí naquela época? E quais foram as principais influências?
Rodrigo- A cena de Fortaleza sempre foi muito rica em relação a quantidade e a qualidade de bandas de Rock. Mas no final dos anos 90 e início dos 2000, o que rolava mais por aqui eram bandas de New Metal, Rap Core e Alternativo. Eu entrei para a banda quando ela tinha poucos meses de vida, e isso aconteceu por uma grande afinidade nos sons de que gostava e gosto e com os que a galera também tava ouvindo na época. Nossas influências são aquelas básicas para toda banda punk/HC, vão do Pré-Punk dos anos 70, passando por todo o Punk Brasil dos 80, até os verdadeiros Hard Cores dos anos 90. Assim que entrei para a banda tocávamos todas as músicas do Feijoada Acidente Brasil do RxDxP e todas do Loco Live dos Ramones, nossos ensaios eram basicamente só isso, quando ouço esses discos me faz lembrar muito essa época.
Thrunda da Esq. p/ dir.: Otavio (guitarra), Hermes (bateria) e Rodrigo (vocal).
2-E de onde veio esse nome?
Rodrigo- Cara, quando nós (eu e Otavio) éramos adolescentes tínhamos um amigo bem mais velho que a gente que era/é muito fuleiro, tirava/tira onda com todo mundo. Gostava muito tirar aquele tipo de brincadeira:
“Você viu o Raul por aqui?
Quem é Raul?
Aquele que comeu teu cu!”
Até que um dia a galera não tava mais caindo na brincadeira e ele mudou de nome na pergunta, utilizou Trunda, “aquele que comeu tua bunda”. Achei engraçado e quase de imediato pensei que quando formasse uma banda ia colocar o nome dela de THRUNDA, acrescentando o “H”, porque tinha certeza de que não ia ter outra com nome igual em nenhum lugar do mundo.

3-Depois de 7 anos de formada, a banda lança sua primeira Demo intitulada de "Punk Rock na Véia". Qual o motivo desse título e por que a demora pra lançar esse material?
Rodrigo- Nós ensaiávamos num quarto de apartamento do antigo guitarrista Ivan Timbó e fazíamos muita zuada para todo o condomínio, e a síndica(que nós chamávamos de nazista) ameaçava de chamar a polícia pra gente, e falávamos brincando que quando lançássemos um disco algum dia íamos chamar de “Punk Rock na Véia!!!”, uma brincadeira com a frase “Punk Rock na Veia”.
Nós ensaiamos muito entre os anos de 2000 e 2002, foi o período que escrevemos todas as músicas desse disco, porém, entre 2000 e 2006 nós não fizemos um grande número de apresentações, mais ou menos umas 2 ou 3 por ano, principalmente porque perdemos nosso local de ensaio, fomos expulsos do prédio do Ivan definitivamente, e porque nosso batera da época tava pouco interessado em botar os trabalhos da banda pra frente. No final de 2006 o Hermes assumiu as baquetas e tudo mudou.
Primeiro CD - Punk rock na véia - 2007
4-A banda já tocou em grandes festivais do nordeste como o ForCaos e Rock Cordel(CE), e também do Big Bands(BA). Como é que surgem essas oportunidades para vocês? E como é a receptividade do público?
Rodrigo- Nós fazemos parte da Associação Cultural Cearense do Rock -ACR e do Selo Panela Rock, através desses 2 coletivos de bandas nós criamos e mantemos contatos com produtores e bandas de todo o Brasil, sempre fazendo intercambio. Sempre que somos selecionados ou fechamos alguma apresentação nos grandes nós ficamos muito empolgados, isso é o mais gratificante, viajar e tocar por aí.
Felizmente nosso som é muito bem aceito em vários estilos de público, já tocamos em shows e festivais que rolam desde o metal mais extremo ao Rock n’ Roll mais leve, e sempre rola uma boa reação do público, onde a gente chega por aí estado a fora somos muito bem recebidos, vendemos e trocamos muito material(CDs, camisas, adesivos).
Thrunda no ForCaos
5-No começo de 2012 a banda também foi selecionada pra participar do projeto MOVA-CE junto com outras bandas, em que viajaram num ônibus por mais de 8 mil km de Fortaleza até São Paulo. Como foi essa experiência? Tocaram até aqui em Vitória da Conquista, o que acharam da cena local?
Rodrigo- O MOVA-CE foi uma idealização de 6 bandas que integram o selo Panela Rock, e contamos com um grande apoio da galera do Fora do Eixo por onde nós passamos. Dá idéia inicial até a saída do buzão, foram quase 10 meses de planejamento e ralação de todos os envolvidos. Certamente foi a maior experiência de vida de todos que estiveram naquele ônibus, quase 60 shows em um mês em várias cidades país a dentro. Nós da Thrunda, fizemos 8 apresentações, em Fortaleza, Natal, Aracaju, Governador Valadares, São Carlos, Sorocaba, Itu e Vitória da Conquista. Fizemos muitos contatos e amizades, vendemos, trocamos e entregados muito material por aí. Uma das grandes lições que tivemos nessa viagem é que alem de banda temos que aprender a ser publico, isso é o que faz uma cena, quando tava rolando shows de qualquer banda do MOVA-CE, tínhamos no mínimo 20 pessoas pra está ali na frente do palco agitando, contagiando todo o resto do ambiente, era massa por que isso quebrava o “gelo” inicial do restante do publico que não conhecia as bandas que estavam tocando, como falávamos várias vezes, “Eramos um CBGB ambulante”.
Em Vitória da Conquista, infelizmente, tocamos quando tinha acabado de estourar a greve da PM da Bahia, por conta disso, shows em Feira de Santana e Salvador foram cancelados, e não deu para contar com a presença da galera. Na nossa apresentação, no Viela Sebo Café, devia ter umas 7 a 8 pessoas, hehehehehe, muita gente não foi porque as ruas estavam desertas. Foi o ultimo show da turnê, mais apesar do pouco numero de pessoas no local, acho que foi um dos nossos melhores shows nesse mês de Janeiro. Estávamos esperando encontrar os camaradas da Cama de Jornal, banda punk desse entrevistador, que nós conhecemos quando tocamos no Festival Feira Noise 2011, hehehehehe, mas recebemos o recado de que você não pode ir porque estava trabalhando. Quem nos deu esse recado foi um brother que toca numa banda chamada “Ladrões de Vinil”, que tava presente lá e conversou com a gente por toda a noite. Foi em Conquista que tivemos uma das melhores acolhidas, tanto do público como da organização, aliás, vale ressaltar o trabalho da galera do coletivo Suiça Baiana que foi 10 com a gente.
Thrunda no For Caos
6-Em 2012 vocês lançaram o segundo CD chamado "As aparências enganam" que é um titulo sugestivo em ano de campanha eleitoral. Foi proposital, ou foi mera coincidência?
Rodrigo- Esse disco também foi lançado com atraso, de pelo menos 3 anos. Mas veio a calhar perfeitamente num ano eleitoral. O título do CD é relacionado a primeira faixa, que se chama “Nunca confie em um homem de terno e gravata”, da qual nós gravamos um videoclipe em 2009.
7-E agora com esse disco novo na mão, quais os planos?
Rodrigo- Tocar o máximo que pudermos por aí, hehehehehe. Depois do lançamento nós já fizemos várias apresentações, inclusive em algumas cidades do interior do estado. A galera que já vem acompanhando nosso som de 2 anos pra cá deve conhecer muitas das faixas desse disco, pois elas tem freqüentado nossos set lists, e a aceitação e crítica tem sido muito boas.
Para o ano que vem já pretendemos começar a gravar nosso próximo álbum, que deve contar , além de nossas músicas novas, com alguns covers de bandas de amigos, como Pastel de Miolos , Full Time Rockers e algumas bandas locais que influenciaram a gente.
Clipe da música “Nunca confie em um homem de terno e gravata”
8-Muito obrigado pela atenção, rapaziada!!! O espaço é de vocês pra divulgar e explorar o que não foi colocado na entrevista:
Rodrigo- Valeu man, nós que agradecemos esse oportunidade de falar um pouco sobre a banda. É isso aí, a galera que tiver curiosidade, que dê uma sacada no som, adicione a banda no facebook, siga no twitter, ligue, mande carta, telegrama, entre em contato de alguma forma e mostre a gente para o produtor da sua cidade para que possamos dar uma chegada aí e fazer muita zuada. Muito obrigado a todos nossos amigos da Bahia, Joilson, Paulo de Tarso e Pablues do Clube de Patifes e Coletivo Feira Noise, Wilson e Alisson do Pastel de Miolos, a você Nem e todos do Cama de Jornal, e todos do Coletivo Suíça Baiana.
Let´s Rock!!!
Aqui tem mais Thrunda:
Download "As aparências enganam": http://soundcloud.com/thrundahc/sets/as-apar-ncias-enganam
Página da Thrunda no site do selo Panela Rock: http://rockpanela.com/site/thrunda-2/
Thrunda no facebook: http://www.facebook.com/thrunda
Twitter: @thrunda

Mais contatos:
e-mail: thrunda@paneladiscos.com / thrunda@yahoo.com.br
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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Tosco Todo Lança DVD-r do Cólera


Já disponível o mais novo lançamento do Tosco Todo-Selo de Divulgação: DVD-r CÓLERA DE GRAÇA NA PRAÇA, gravado em Vitória da Conquista-Ba, em maio de 2011, show na integra.
Somente 100 cópias.
Só esclarecendo que esse DVD não é o oficial de 30 anos da banda, mas sim um registro de um show da Turnê de 30 anos, gravado em Vitória da Conquista-Bahia e lançado em homenagem ao Redson.

10 reais (em mãos, em Vitória da Conquista-Ba)
10 reais+frete (para outras cidades)
Uma pequena amostra do DVD no youtube:

Interessados, entrar em contato pelo facebook: http://www.facebook.com/nem.toscotodo ou pelo email: toscotodo@hotmail.com.
Clique na capa para visualizar

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Entrevista com o Guill do Arquivo Morto

Quando começamos a fazer algo que realmente gostamos e acreditamos, a coisa vai fluindo naturalmente, e quando a gente percebe, existe uma gama enorme de possibilidades de se movimentar, conhecer pessoas, com suas idéias, suas propostas. E é isso que está acontecendo comigo depois que comecei a movimentar esse blog tosco. Percebo que a cena existe, é grande, com pessoas que estão realmente preocupadas com tudo que rola ao nosso redor!!! E nesse clima, publico essa entrevista com o Guill, guitarrista e vocal da banda Arquivo Morto. Quem ler, vai entender o que tentei expressar nesse pequeno parágrafo inicial...
Guill - Arquivo Morto.
1-A banda Arquivo Morto surgiu em 2001 na periferia de Paulista-PE. Isso influenciou na mensagem e postura da banda?
Guill- Influenciou e Influencia diretamente. Quando a banda surgiu em 2001 no bairro de Maranguape I, éramos muito mais jovens e sofríamos mais intensamente com as mazelas existentes na comunidade. Sentimos na pele os abusos e preconceitos da repressão policial, o descaso das autoridades quanto aos serviços básicos como saneamento, saúde, educação e segurança pública. Além disso, era clara a falta de incentivo no que diz respeito à cultura e ao lazer. Esta constante violação de direitos nos trouxe revoltas e o desejo de expressa-las por meio da música e do “faça você mesmo”. Tanto que a primeira música da banda chama-se “Sobrevivendo ao Caos” – Uma música que falava da nossa situação atual e de nosso poder de reação por meio de pequenas ações realizadas de forma coletiva. Com o tempo fomos ampliando nosso olhar para contextos mais amplos e buscamos compartilhar o sentimento nacional e mundial de desejo de mudança expresso pela música que criávamos e de novas possibilidades de comunicação. O Zine foi um instrumento muito importante neste sentido, pois nos colocou em contato com pessoas de várias cidades do Brasil por meio das cartas e posteriormente, quando tivemos acesso, dos contatos pela Internet. Temos muito orgulho dessa Origem e continuamos buscando novas possibilidades para melhorar o bairro.

2-A banda já passou por alguma mudança de formação?
Guill- Sim. Passamos por muitas na verdade. Essas mudanças foram negativas por um lado e muito positivas por outro. Negativas pelos contratempos, mas positivas pelas contribuições de todos que já passaram pela história da Arquivo Morto. Sempre avaliei que o momento atual foi o melhor momento da banda em todas as formações que passamos, hoje não é diferente. O Power trio que formamos (Whent na Bateria, Júlio no Baixo e Vocais e eu na Guitarra e Vocais) reflete muito bem a identidade da banda e nossas intenções atuais. Fico muito feliz de ter esses dois caras como amigos e parceiros na Arquivo Morto.
Julio no baixo e vocais.
3-O Arquivo Morto se define como uma banda de Hardcore Power Tosco. O que isso quer dizer?
Guill- Quando a banda surgiu nossas principais influências eram de bandas Punk e HC Old School. Com o tempo fomos curtindo também outras bandas mais rápidas e agressivas. Tais influências trouxeram mais velocidade e agressividade para as músicas, mas sem mudarmos a forma simples de tocar. Para nós a mensagem e a atitude devem vir antes, a música vem como meio, mas não como um fim em si. Daí surgiu o Power Tosco – Música Simples, Sincera, Rápida e Agressiva. Resumindo, o Power Tosco nada mais é do que o Powerviolence da Arquivo Morto.

4-A banda gravou uma demo chamada Falsa Democracia. Quando foi lançado esse material e como foi a distribuição?
Guill- A Demo foi Gravada em 2007. Naquela época estávamos com um novo projeto e tínhamos um vocalista (John) que infelizmente acabou saindo pouco depois de gravarmos. Falsa Democracia é uma Demo Totalmente Independente e que ficou certo tempo sem divulgação/distribuição. Como foi gravada e logo em seguida tivemos que dar uma parada nas atividades, decidimos não divulgá-la amplamente naquele momento. Hoje, estamos a disponibilizando integralmente na internet e fechamos distribuição com selos que vão se interessando sem qualquer burocracia. Falsa Democracia é um Material Pertencente ao Underground, livre para reprodução e divulgação.
DOWNLOAD - FALSA DEMOCRACIA - 2007
5-Falsa Democracia é um nome sugestivo. Sobre o que vocês falavam nessa demo?
Guill- Na época que começamos a pensar em que nome dar a primeira Demo eu estava realizando um estágio onde colaborava com uma associação de catadores de materiais recicláveis no Antigo Lixão da Muribeca – local que recebia o lixo dos municípios de Recife e Jaboatão dos Guararapes. A convivência com os catadores e com o ambiente do lixão nos levou a decidir usarmos a imagem de um catador na capa e achamos que o título da música Falsa Democracia retrataria melhor tudo o que vínhamos refletindo até então. Pensamos que os problemas sociais que tratamos em nossas músicas estão atrelados a falsa sensação de liberdade propagada principalmente para as classes mais populares no sentido contê-las e ofuscá-las dos verdadeiros motivos de suas mazelas cotidianas. A Demo traz músicas que refletem nossa indignação frente essa situação e é um resumo do que a Arquivo Morto vinha produzindo até então.
Whent na bateria.
6-No nordeste tem muita banda extrema, fazendo e movimentando o underground. O que vocês andam ouvindo e o que vocês recomendam pra galera garimpar por aí?
Guill- Realmente o Nordeste procura se movimentar e vem mostrando muita energia para tanto. Um ponto muito importante para ampliar nossa força pode se dar por meio do Intercâmbio entre Bairros, Regiões Metropolitanas e Interior dos Estados e entre os Estados. Hoje temos buscado conhecer bandas novas, principalmente das cenas locais, e favorecer estes intercâmbios. Uma boa dica de conhecer novas e velhas e boas bandas da cena Nordestina está em Grupos do FaceBook como O Hardcore and Thrash Nordeste e O Movimento Hard Core Pernambuco, por exemplo. Particularmente, quando o tempo permite, tenho compartilhado uma pesquisa de vídeos de bandas de Powerviolence no Grupo Powerviolence Brasil. Muita gente boa produzindo muito som interessante e muita coisa legal está nestes ambientes de compartilhamento, mas sempre ressaltando que este deve ser um ambiente para iniciar os contatos, nada supera a presença em Shows, o contato direto com as pessoas e os Materiais produzidos pelas bandas em suas Mãos.
Faça você mesmo: A banda produz suas próprias camisetas 
7-Outro dia eu vi um vídeo de vocês tocando em um bar em Caruaru-PE. A banda toca com freqüência em outras cidades? Por onde o Arquivo Morto já passou?
Guill- Este show em Caruaru foi muito instigado. Inicialmente pela forma que se construiu, de forma participativa e coletiva e, segundo, pelo ambiente propício para expressar o repúdio contra a indústria da seca, que foi tema do evento. Gostamos tanto que vamos divulgar este material em um VCD vendido a preço de custo nos eventos. Foi a primeira vez que tocamos em Caruaru, mas já passamos por algumas cidades do interior de Pernambuco. Além do Estado sempre estamos em intercâmbio com Natal e realizamos alguns eventos em João Pessoa. Surgiram convites para outros Estados e não pudemos atendê-los ainda, mas estão nos Planos Atuais da Banda.
SHOW EM CARUARU-PE
8-E a partir de hoje, a banda pensa em fazer algum material novo, alguma turnê, o que podemos esperar do Arquivo Morto daqui pra frente?
Guill- Sim. Este ano construímos algumas músicas novas que já estamos tocando nas apresentações e estamos construindo outras que irão compor uma nova Demo que deve ficar pronta em Dezembro. A Demo deverá tratar da temática da Violência em suas diferentes formas na sociedade. Além desta, estamos planejando um Split com a banda Desgöstö que também deve sair no final deste ano. Para lançamento destes materiais estamos organizando uma turnê por algumas cidades do Nordeste no Início de 2013. Para meados do próximo ano, pensamos em ir ao Sudeste atender alguns convites e estamos fortalecendo contatos para uma possível turnê na América Latina futuramente.
Capa do VCD "Contra a maldita indústria da seca"
9-Valeu rapaziada, o espaço está aberto pra vocês complementarem essa entrevista falando sobre outros movimentos que vocês fazem por ai, além de deixar os contatos da banda:
Guill- Gostaríamos de agradecer o espaço e parabenizar a iniciativa. Esse tipo de entrevista é importante primeiramente para que as bandas possam refletir sobre sua história, sua forma de se organizar e seus planos. Também é importante para estabelecer novas conexões entre pessoas interessadas em criar novas redes de comunicação dentro do underground. A Arquivo Morto encontra-se muito motivada a participar ativamente da construção e fortalecimento desse tipo de movimentação. Estamos envolvidos neste momento mais fortemente com duas Ações Coletivas: A primeira relacionada a encontros mensais do “Movimento Hard Core Pernambuco”. Uma idéia que surgiu da necessidade de termos mais momentos de reflexão sobre o que as pessoas envolvidas com a cena do Estado vêm desenvolvendo, como aprimorá-las, onde atuarmos para ampliar tais ações e, principalmente, para fortalecermos intercâmbios entre bandas, coletivos e pessoas. Estamos caminhando para o quarto encontro e já temos algumas ações práticas em andamento como a produção de vídeos e o mapeamento de bandas e ambientes para realização de eventos. Mas podemos dizer que o maior ganho tem sido na ampliação e fortalecimento de novas amizades que, para mim, é o que fundamenta o underground. A segunda movimentação gira em torno do Coletivo M-1, um coletivo criado para pensar ações que visem trazer novos olhares para Maranguape I enquanto dialogamos com outros coletivos. Pensamos em retomar algumas ações que já foram desenvolvidas e criar novas ações a serem realizadas de forma sistemática, criando dessa forma uma nova dinâmica cultural e proativa no bairro. Iniciamos com a realização do 1° Maranguape Barulho e Atitude – “Este Cabestro Já não Serve mais em Você” – Um evento que deve ocorrer a cada três meses e tem por finalidade fortalecer o intercâmbio e reflexão crítica sobre as eleições. Outros projetos estão sendo pensados pelo coletivo e devem ser realizados ainda este ano. De forma resumida é isso, mais uma vez agradecemos o espaço e podemos dizer que foi um prazer estabelecer este diálogo inicial e torcemos para que seja o início de novos contatos por vir. Valeu mesmo!
Contatos:
http://www.myspace.com/arquivomortopowertosco
Canal no Youtube: http://www.youtube.com/user/arquivomortopwrtosco
e-mail: guill.axmx@gmail.com
Fone: (081) 87174755
Facebook: https://www.facebook.com/arquivomortopowertosco
Clique aqui e conheça o Coletivo M1

Arquivo Morto com a galera em rolé pelo Rio Grande do Norte

domingo, 9 de setembro de 2012

Entrevista com o Jorge Afonso do El Touch 77

O papo de hoje é com o Jorge Afonso, um grande parceiro que conheci pessoalmente ano passado em Goiania-GO. O cara é de Pernambuco, mudou-se para Goiás, tem um selo, produz coletâneas, gigs, tem a banda El Touch 77 e ainda faz uma faculdade...ufa! Esse é o guerreiro Jorge!!! Acompanhe aí o bate papo:
Jorge Afonso
1-Primeiro nos conte um pouco sobre a sua vida no meio underground. Foi lá em Recife que você montou a El Touch 77 e criou o selo Garage Band Underground?
Jorge Afonso - Para ser mais preciso o “ël touchë”(nome anterior) foi formado no dia 12 de junho de 2005 em Jaboatão dos Guararapes-PE, em um bairro que costumava abrir portas para bandas do Underground e foi ai que eu vi que podia por em prática o projeto da banda e acabei reunindo amigos de infância para tocar comigo. O legal que todos estavam a fim de fazer um som simples na base do som punk que era uma característica de todo o pessoal envolvido nesse meio naquele tempo. Eu acredito que teria achado os caras certo. Eu havia passado um tempo no interior de Pernambuco dando uma força para a cena de lá quando toquei no “Attack No Clear” (Tabira) e dei uma passada no “Uszerrados” (Floresta) e no instinto Selo SubRock Discos onde fizemos o "Rock Na Floresta" (2004). Nos primeiros dias compomos umas músicas e fomos ao estúdio para fazer nossos primeiros ensaios, era algo que fluía fácil, parecia que a gente já conhecia a influência um do outro, não teve muito trabalho para fazer os sons, tínhamos uma base do Flicts, 88 Não, Garotos Podres, Rasta Knast, Repressão Social, Ugly Boys, Transgressores, Cama de Jornal, Sublime, Irônika, The Honkers, Johnny Thunders, essa era o que andavamos ouvindo entre outras bandas e que viria a facilitar nos sons. Depois do primeiro show no Cabo-PE logo surgiu os primeiros convites para tocar juntos às bandas de HardCore do bairro de Prazeres e também no Recife. Chegamos a lançar uma demo tape “Nossas vidas é anarquizar”, fizemos algumas cópias e elas foram sendo passada de mãos em mãos pelos punks que iam aos nossos ensaios. Quando lançamos a primeira demo “Como Antigamente” em janeiro de 2006, resolvemos distribuir por nós mesmos e veio a ideia do GARAGE BAND UNDERGROUND, fizemos as capinhas e chegamos a vender apenas duas cópias por que já haviam pirateado a demo pirata e então acabamos dando a turma que colava nos nossos sons! Logo depois a “Saga” uma banda do bairro gravou a demo “Sociedade Fálida” e chegaram em nós no bar que sempre nos encontrávamos e disseram – também somos do Garage!
Download da Demo da Ël Touchë - Como Antigamente(2006)
2-Hoje você mora em Goiania. Qual a diferença entre as cenas dessas duas cidades?
Jorge Afonso - Não vejo diferença entre as duas cidades quando se trata do movimento Underground entre ambas, todo final de semana aqui em Goiânia sempre tem um show rolando, várias pessoas se movimentando não só no centro da cidade mais também nos bairros, as próprias bandas aqui se encarregam de fazer suas apresentações e as pessoas colam em massa para sacar o som ou mesmo os amigos movimentam um som e convida as bandas para se apresentarem e fica nesse ciclo. Um dia ou outro sempre vem bandas independentes de outros estados e até gringas, sempre tem show de bandas de Brasília por aqui. Aqui sempre estar surgindo novas bandas como “Livre¿ ” e outras já consagradas do cenário sempre representando como; Gerações Perdidas, Descarga Negativa, Sociofobia, Dejeto, Tarja Preta, Entre os Dentes, WxCx” O “Old Studio” e o “Capim Pub” é um lugar que abre bastante as portas para o Underground aqui. Existem outros festivais de grande porte que já é mais ligado aos rockeiros e uma turma alternativa. Já no Recife existe um grande movimento de grande porte e cultural também e também da turma do underground que se movimenta por lá fazendo suas gigs tanto no centro da cidade como em outras regiões, o pessoal da Ugly Boys, Nômades, Guerra Urbana, as bandas power violence de Maranguape (Paulista-PE), sempre articulando o movimento na região e nas cidades litoraneas do Nordeste. Como estou um pouco longe sempre fico atento ao que acontece por lá, para ficar um pouco informado. Ambas as cidades andam sempre se movimentando no meio da cena!
Jorge em Jaboatão dos Guararapes com a primeira formação da Ël Touchë
3-Aí em goiania você já organizou algumas gigs pelo Garage Band Underground. Qual a maior dificuldade pra movimentar algo aí na cidade?
Jorge Afonso - Sim. Foram uns poucos eventos que fiz aqui, mas eu pude acompanhar mais na velha saidinha aos fins de semana. A maior dificuldade é apoio de patrocinadores, ninguém aqui dá uma força para eventos pequenos, então você tem que fazer na base do faça você mesmo. Existem umas casas de shows aqui que abrem as portas para nós, dividimos a bilheteria, damos uma ajuda a alguma banda de fora e juntas umas bandas da cidade aqui e a festa estar pronta para começar. Divulgamos tudo pela Net e através de amigos, lançamos uns flyers pela cidade e só esperamos o pessoal chegar no dia do show. Dificilmente colamos cartazes pela cidade, sempre vem alguém e tira e dependendo do local a “AMMA” (Agência Municipal do Meio Ambiente) acaba com os shows. Daí sempre temos que ficar de olho com essas tais autoridades. No caso de quando a ” Cama de Jornal e Horda Punk” vieram tocar aqui no "Goiânia Go!"Foi tudo na raça mesmo, tanto do Garage Band Underground como das próprias bandas que acreditaram no evento, e que acabou dando tudo certo e ainda tívemos o gosto de ir vê-los tocarem em Brasília com bandas como “Os Cabeloduro”. Isso faz exatamente um ano. O último evento que eu fiz aqui foi o “Mundo Subterrâneo” que seria com o “Sarjeta” de SP, mais como houve uns problemas, ai acabei fazendo com as bandas daqui mesmo.
Gig organizada pelo Jorge em Goiania
4-Você também chegou a montar uma nova formação da Ël Touchë, com uma alteração no nome aí em goiania? Como anda esse projeto?
Jorge Afonso - Pois é, eu estava na pilha de tocar, todo esse movimento de shows que vinham acontecendo na cidade me fazia cada dia mais querer voltar a tocar, foi ai que depois de um bate papo com o Gustavo do “Skavarone” falando que seguraria o baixo para a banda e um amigo aqui próximo se prontificou a tocar bateria e tiramos os primeiros ensaios até o Fábio (Sarjeta) nos fazer um convite para tocar em São Paulo e logo fizemos nosso primeiro show com bandas como “Excomungados, Delito Social, Pato Junkie (MG)” entre outras. Bom que tívemos a oportunidade de andar com o Índião (Hino Mortal) e ter nos convidado para tocar em Porto Alegre-RS, pena que meses antes tínhamos parado por vários motivos. Quando voltamos para Goiânia chegamos a fazer uns 3 shows por semana, tudo que era evento a gente tava dentro, a turma nos receberam muito bem, convites viam direto e então resolvemos lançar uma nova demo de ensaio o “Junkie Food” (2011) que saiu em formato virtual pois era mais para mostrar como andava o nosso som depois da volta. Estávamos assinando a banda com o nome de “El Touch 77” diferente do “ël touchë”, não sei bem o motivo, mais foi assim que surgiu e mantemos as mesmas influências e outras novas como “Subviventes, Dead Boys, Ligotage, Partisans, Consciência Suburbana, 365, Blondie, Adverts, Vice Squad”. Estava tudo indo muito bem com a banda, mais tivemos um problema e acabamos ficando sem o baterista, dai ficou dificil arrumar alguém querendo tocar punk 77. O Alysson (Repúdio CxGx & Livre¿) estar me pondo pilha aqui para voltar com a banda, só estar faltando o baterista e voltar a tocar, mantendo a mesma linha que vínhamos tocando antes. O bom que não precisamos debater muito sobre como sairá os novos sons, pois, temos as mesma influências e assim fica fácil trabalhar em cima das novas composições e também mandar o repertório antigo que sempre anda nos seguindo. Talvez surja um projeto ai o “Camisa Surrada” com a mesma linha 77.
El Touche em Goiania-Go: Jorge Afonso/guitarra e voz, Dante/bateria e Gustavo/Baixo.
5-Através do Garage Band Underground você produziu várias coletâneas? Diga pra gente quais foram elas, e se tem projeto para uma nova edição?
Jorge Afonso - Passei um bom tempo produzindo umas coletâneas virtuais, era para ser todas fisicas, mais a gente sempre estar ocupado com tarefas que a vida impõe e então ficaram pela net mesmo. Foram várias, tantas com bandas brasucas e gringas.
HEY PUNK VOL. 01 - (88 Não!, Consciência Suburbana, Dejetos e Terror de Estado”ARG”). (2010)
HEY PUNK VOL. 02 - (Punk até Morrer, Drunks, Discontrölly Social e Acracia “ARG”). (2011)
HEY PUNK VOL. 03 - (Plebeus Urbanos, Causa de Morte, Geração Ofensiva, Esmegma e Sintomas de Crisis “COL”). (2011)
PUNK ALL PUNK VOL. 01 - (FHC, Arroto, Cabeças Podres, Estado de Defesa, Ketamina, El touch 77, Geração Ofensiva, Repúdio CxGx, Plebeus Urbanos e Agrotóxico). (2010)
PUNK ALL PUNK VOL. 02 - (Menstruação Anarquica, Artigo DZ9, Cama de Jornal, Chabanes (ARG), Consciência Suburbana, Veedu (VEN), Rejects, Los Razones (ARG), Augusto Pinochet (CHI), Sarjeta, Kranko e La Sangre de Veronika (URU)). (2011)
TERRITÓRIO UNDERGROUND - (Vendo 147, Repúdio CxGx, Saga, Manos Muertos (ARG), El touch 77, Joãozinho Podre, Consciência Suburbana, Zona 84 (ARG), Tortura HC, Nômandes, MonstroMorgue, Ataque Cardíaco, Comendo Lixo, Causa de Morte, Sublevados (ARG), Cabeza de Navaja (ARG), Estado de Defesa, Terror de Estado (ARG), Cabeças Podres, Long Way e Kristo Muerto (ARG). (2010)
PUNK ROCK SCHOOL VOL. 01 – (Nueva Fuerza (ARG), Desilusión Explìcita (ARG), Cabeza de Navaja (ARG), No Clear e Sexy Pato). (2011)
PUNK ROCK SCHOOL VOL. 02 – (Theskuidados, Submisíon, 023 e Zona Seis) “Todas da Argentina” (2011).
E já estou providenciando o PUNK ALL PUNK VOL. 03, comecei a dá o ponta pé inicial nessa nova coletânea e espero que ela tenha o mesmo respaldo que os volumes passados, logo logo concluo esse trabalho. O pessoal pode achar essas coletâneas e outros links no blog:
Clique na Logo para acessar o blog do Jorge.
6-E depois de 4 anos morando em Goiania, o que você guarda de boas recordações desses anos todos, de toda a correria?
Jorge Afonso - O bom desse tempo que eu estou passando aqui foi ter visto várias bandas da cena independente brasileira, pude ver show do Merda, Test, Subterror, Os Maltrapilhos, Defy, The Insült, Terror revolucionário, Vendo 147, Besthöven, Jäpürä Noise Project, Bestial War, Innocent Kids, Ratos de Porão, Murro No Olho, Nossa Escolha, Tropical Youth, Garotos Podres, Zumbis do Espaço, e ter dado uma força nos dez anos da Insetus Produções que teve Agrotóxico, Olho Seco... São várias bandas que eu até esqueci muitas, principalmente às que vem de Brasília ou até mesmo indo lá para ver alguns shows! Da própria vinda do Cama de Jornal e Horda Punk que fez realmente eu sentir forças e acreditar que estou em mais um lugar diferente e fazendo o que gosto.
Jorge com a galera da Cama de Jornal e Horda Punk no Old Studio em Goiania-Go.
7-O que você anda fazendo aí nesse momento? Produzindo alguma coisa? Quais os projetos para o futuro?
Jorge Afonso - Comecei a fazer faculdade de Geografia e isso fez eu me afastar um pouco da cena, mexer com banda, mais aos poucos estarei conciliando isso e vou dar mais ouvidos aos amigos que nos puxam para fazer um som e que ficam no nosso pé para o El Touch 77 voltar a tocar, e pretendo dar continuação a banda, mas, por enquanto estou preparando umas canções para o “Camisa Surrada” para ver o que vai sair desse lance. O esquema que anda dificultando no momento é a falta de baterista, sempre é um problema, principalmente quando você fala que quer mandar um simples som punk, mais espero que apareça um ou acharemos nesses shows Undergrounds da vida aonde cola gente inteligente, cheias de espíritos bondosos e com boas influências.

8-Obrigado pela parceria e amizade. Deixo agora o espaço livre pra você falar sobre o que quiser:
Jorge Afonso - Eu que agradeço a parceria Nem, fico feliz por você estar movimentando a cena underground, não deixando a peteca cair, fico feliz mesmo! Agradeço pelo espaço que você estar me dando aqui no seu blog e falar que acompanho direto as entrevistas que se passam por aqui. Dizer ao pessoal ai que cola nos shows, gigs, acompanham a cena de qualquer uma outra maneira, para que continuem nessa de apoiar, tantos as bandas como o público é que faz a cena se fortalecer e se manter firme. Sem tretas, sem intrigas bestas, sem policiamentos com as bandas, com respeitos, sem preconceitos. A turma dos fanzines, ou os meros expectadores, a turma das banquinhas de cd´s, das produções, continuem nessa fortalecendo o Underground. No mais espero ver esse blog bombando com mais outras entrevistas e força ai com a Cama de Jornal que de uma maneira ou outra influênciou a mim e a outras pessoas. Fiquem na Paz! Obrigado!