sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Entrevista com o Doriva da Orelha Seca

Pesquisando e batendo papo com os amigos, percebo que há uma infinidade de gente procurando fazer algo na cena punk rock/hardcore/grind/noise/crust e afins...cada um tentando do seu jeito. E seguindo movimentando esse underground no nordeste, apresento um bate papo com um cara que conheci há alguns anos atrás durante um show em Salvador: Doriva, vocalista e baixista da banda soteropolitana Orelha Seca...acompanhe aí:
Doriva - Orelha Seca
1-Quando surgiu a A banda? Quais as influências musicais? E de onde veio o nome Orelha Seca?
Doriva- Saudações meu broder Nem. A Orelha Seca surgiu em 2004, enquanto as influências, são tantas... nossas influências em comum são bandas punks dos anos 80 e algumas bandas atuais. E Orelha Seca é o nome dado pra designar ajudantes de construção civil. No começo da banda tínhamos isso em comum, todos éramos "orêa secas" pois trabalhávamos como ajudantes, mas resolvemos escrever da forma correta pra não ficar em um modo pejorativo, preconceituoso, saca?

2-Qual era a intenção de vocês ao montar a banda? E pra quem não conhece, qual o estilo da Orelha Seca?
Doriva- No começo era totalmente por gostar do som Punk Hardcore. mas demos sorte de dar início a banda num tempo que uma molecada nova tava surgindo na cena punk da cidade, e com essa molecada aprendemos muita coisa da contra cultura punk e aos poucos fomos levando isso pra banda. Com o tempo, isso mudou demais nossas vidas e mergulhamos de cabeça. Com o passar do tempo nossas letras iam falando mais de nossas experiências pessoais e coletivas e começamos a fazer um som mais cru e direto, então nos consideramos uma banda D beat Raw crust.
Orelha Seca 2012: Jobson, Doriva  e Monstrinho
3-A maioria das cidades tem problema de espaço para bandas undergrounds. E aí em Salvador Como anda a cena?
Doriva- Cena? Não considero isso aqui uma cena. Os espaços são escassos, quase inexistentes, mas espaços 100% alternativos não existem mais. Ainda tem uma dúzia de mercenários que fazem com que as bandas paguem pra tocar com a tal venda de ingressos. Mas tem uma galera teimosa que sempre faz algo legal como o Coletivo das Ruas, que tenho o orgulho de participar, têm o pessoal do subúrbio que também está dando uma movimentada massa, mas fora isso, infelizmente a coisa vai muito mal devido até a tretas passadas mal resolvidas.

4-Quando foi gravado a primeira Demo? É verdade que vocês cataram latinhas pra poder comprar as mídias?
Doriva- Gravamos em 2005 no Minduin Estúdio, na verdade gravamos o ensaio numa câmera digital, e as músicas que ficaram menos piores colocamos na demo, pro pessoal ter uma ideia de como era nosso som. Ficou tão ruim que batizamos a demo de “Mais tosco?? Impossível!!” e como estávamos desempregados catamos latinha sim pra comprar as mídias pra poder comercializar, foi uma experiência FODA mas no fim fizemos poucas cópias, presenteamos alguns amigos de várias partes do país, portanto essa demo é raríssima.

5-Chegaram a tocar pra divulgar essa demo?
Doriva- As músicas dessa demo ficaram no nosso repertório por um certo tempo pois algumas delas eram consideradas “clássicas” mas o show que tocamos as músicas dessa demo pela primeira vez foi o festival Anti Música, um festival que conseguiu unir várias bandas da cena da época, a maioria infelizmente não estão mais na ativa, mas aquele festival foi inesquecível pois começamos novas amizades e de certa forma uniu um pouco mais os punks da época.

6-Depois vocês lançaram a Demo "Chegou a hora da Construção". Ainda era a mesma formação da primeira demo? Qual foi a repercussão desse material?
Doriva- Essa demo lançamos em 2007, a distribuição foi um pouco mais ampla, teve uma mudança na formação sim, quem tocou bateria nessa demo foi Júnior que teve uma rápida passagem pela banda.
Baixe aqui a demo Chegou a Hora da Construção - 2007
7-Em 2008 sai a 3ª Demo, lançada primeiramente de maneira virtual pelo Crust Or Die e posteriormente em CD pela própria banda. Com isso conseguiram atingir um público maior, não é?
Doriva- Isso. Essa demo chega mais perto da nossa fase atual. Disponível no blog deu pra uma galera de outras partes do mundo baixar e dar uma sacada no som, pra quem já conhecia, rolou uma estranheza, pelo fato de trazermos nessa demo uma sonoridade mais pesada e a “ausência” de um vocal nas faixas da banda, no lugar só berros e frases mal encaixadas e foi batizado pelos amigos mais próximos de Dorivês. mas acredito que essa demo nos rendeu apresentações em diversos lugares.
Baixe aqui a demo Lançada pelo Crust Or Die
8-E os shows fora de Salvador, sempre rola?
Doriva- Nem sempre, pois pelo que estamos conversando com nossos amigos de fora, cada cidade está passando por um problema diferente, problemas esses que dificultam de levar uma banda de fora pra ir tocar.
Orelha Seca em Vitória da Conquista-Ba - Gig Autonomia é o Caminho
9-O que a banda anda preparando de novo? Vem algum CD ainda esse ano?
Doriva- Estamos voltando aos ensaios. Não sabemos se esse ano, mas em breve estaremos com material novo na praça.

10-Valeu, Doriva!!! O espaço é seu para as considerações finais:
Doriva- Em nome da banda gostaria de agradecer e fico feliz que mais um veículo esteja ativo e resistente, aproveitar pra deixar o endereço pra quem quiser manter contato, trocar material, aí vai:  http://soundcloud.com/orelha-seca
Email: Dorivaaa@hotmail.com

2 comentários:

Andrei disse...

Dorivex representando a Bahia.
Vida longa a Orelha Seca

Jobson Dias Alves disse...

Tenho orgulho de ter dividido palcos com meu amigo Dori no tempo que só eramos Guris e hoje em fazer parte dessa jornada sem rumo!