sábado, 28 de julho de 2012

Entrevista com Nino do Câmbio Negro HC

Eles voltaram!!! Câmbio Negro HC!!! Direto de Recife para o Brasil!!! Tive a honra de poder bater um papo com o Nino, baterista da banda!!! Acompanhe aí:
Nino, dono das baquetas do Câmbio Negro HC

1-O Cambio Negro surgiu em 1983. Como foi a idéia de montar uma banda de Hardcore em Recife? Quais eram as influências e de onde veio esse nome?
Nino: Naquela época existiam 3 bandas de Punk Rock ensaiando eventualmente por aqui e acabei sendo chamado pra tocar em uma delas.. Eu não gostava do nome (se chamava CHACINA), então me veio à cabeça CÂMBIO NEGRO, algo que se apresentasse à margem fora do convencional, digamos assim, e terminou que ficou esse nome, mas, a banda se dissolveu e juntei outro pessoal pra formar o CÂMBIO NEGRO...Essa foi uma época que passei a escutar mais a música Punk e me identificava muito com o Hardcore, escutava muito o DISCHARGE e outras mais que influencionou acho que todo mundo naquela época... Acho que o DISCHARGE foi talvez a maior influência do CÂMBIO NEGRO.
Nino em ação no ensaio.

2-A banda foi a pioneira do estilo em Recife. Quais eram as maiores dificuldades encontradas naquela época?
Nino: Em 83/84 tudo era dificuldade aqui. Era mesmo uma época bem difícil, não tínhamos bons equipamentos, não tínhamos um bom lugar para ensaiar, muito menos portas abertas para nada que não estivesse nos “padrões da mídia”. Depois acabamos nos organizando para ensaiar num quarto dos fundos da casa do nosso então baixista, e como não havia “portas abertas” resolvemos nós mesmos criá-las..passamos a organizar nossas próprias gigs e assim foi. Destacando um show que fizemos no ESPAÇO ERVA DOCE e que trouxe bastante gente pra conhecer o que era o Hardcore e quem estava tocando essa música.. E também o ENCONTRO ANTI-NUCLEAR, um evento Punk que produzíamos com diversas bandas significativas do movimento.

3-Em 1990 o Câmbio Negro acrescenta o HC ao nome e lança o primeiro LP do gênero do Norte/Nordeste, “O ESPELHO DOS DEUSES”. Como conseguiram essa proeza? E depois o que esse disco gerou?
Nino: Esse disco foi um marco! Foi uma espécie de ponto de partida para a música Punk no Norte e Nordeste. Apesar das tantas dificuldades, foi realmente muito prazeroso fazer e fazer completamente independente deu um gosto especial porque exercitamos mais uma vez o “Faça você mesmo”, o que nos movia e o que nos move até hoje. Fomos vendendo discos (rs), juntando uma grana e acabamos conseguindo! Esse disco trouxe uma nova era, finalmente, viram que o Hardcore e a música pesada daqui precisava ter algum respeito. Particularmente, para o CÂMBIO NEGRO HC trouxe muitas oportunidades porque acabamos correndo muito mais os Estados vizinhos e mostrando o nosso som, a nossa proposta e fazendo acontecer..aquilo ali era de verdade, entende? “O ESPELHO DOS DEUSES” nos trouxe também um reconhecimento particular e um reconhecimento a toda a cena do Nordeste! Enfim, na minha opinião, acabamos todos ganhando com isso.
Primeiro LP do Câmbio Negro HC-1990

4-Em 1992 vocês lançaram o disco "Terror nas Ruas" e deram uma parada por motivos desconhecidos da galera que curte a banda, reaparecendo novamente em 1997, quando lançaram o EP "De volta às ruas". O que realmente aconteceu nessa época?
Nino: Na verdade, não paramos por todo esse tempo. Ainda corremos algumas cidades do Nordeste e fizemos outros shows por aqui. Ocorreu o que ocorre sempre, saída de alguns caras da banda e um pouco de cansaço mesmo. Saiu o guitarrista, botamos outro. Depois saiu o baixista e aí a gente resolveu descansar um pouco. “De volta as ruas” foi um momento bom, mas foi somente uma experiência que fizemos em estúdio e acabou dando certo, não foi um EP como todos falam. Bom, a idéia era ouvir com mais qualidade o que estamos tocando e acabou que todo mundo queria ter..rsss...

5-Apesar de todas as dificuldades o Câmbio Negro HC já dividiu o palco com grandes bandas como Morbid Angel, Marky Ramone, Ratos de Porão e Cólera. Como foi pra vocês estarem juntos com ícones do rock mundial?
Nino: Foi bem divertido. Tocar com o MORBID ANGEL para um público basicamente de Death Metal foi diferente, uma boa experiência e este show acabou nos trazendo uma ída para tocarmos no DYNAMO em SP. Com os RATOS DE PORÃO e CÓLERA, tocamos algumas vezes juntos aqui em Recife..é sempre bom, tenho boa relação com Boka (RDP), assim como tinha com Redson (CÓLERA). Particularmente, Marky tocando os clássicos dos RAMONES foi muito foda!
6-E então veio a separação da banda. Quando e como isso aconteceu?
Nino: O CNHC separou-se sem nunca termos falado a respeito.
Durante o nosso último show, ganhei um "calo de água" no dedo e tive que "conviver com ele" até o final do show. Para mim, era só um calo de água, igual a tantos outros que tive e não dei a devida importância.. O resultado foi uma infecção séria na mão direita e uma cirurgia que obrigatoriamente me fez parar por algum tempo..cirurgia, recuperação e longa fisioterapia. Nesse tempo ficamos sem contato e quando finalmente fui liberado para atividades normais o então baixista, Guga, havia se mudado para outro Estado e cada um já com sua vida pra cuidar, perdemos mesmo o contato. Estávamos cansados também, então deixamos que o tempo tomasse conta disso, sabe?

7-Mas em 2012 vocês estão de volta. Como rolou esse reencontro e quem são os integrantes dessa nova formação?
Nino: Encontrei com Pedrito (Pedro Riker), o cara que gravou os 2 discos com o CNHC, no show do Iron Maidem e ele botou muita pilha pra voltármos.. Realmente eu senti muito entusiasmo dele e me entusiasmei também. No mesmo dia, Marco Antonio (que teria sido o último guitarrista da banda) instigou também.. Depois, no ABRIL PRO ROCK, Jairo Neto (um dos primeiros baixistas que passaram pelo CNHC) colou em mim pra a gente voltar e que ele estava pronto pra isso e no mesmo evento Guga (o último baixista que havia passado pela banda) tocou no assunto. Bom, teríamos um inconveniente: o CNHC poderia voltar com 2 guitarristas, mas não com 2 baixistas, né? E ainda faltava Pesado.. Eu resolvi criar o grupo do CÃMBIO NEGRO HC no Facebook e se iniciou uma espécie de campanha pela volta da banda e uma das pessoas que encabeçavam essa campanha foi Ajax, um grande fã e grande amigo de longas épocas. Então, achei Pesado no Facebook e conversamos sobre a volta. Ele não se entusiasmou. Não pra voltar mesmo, mas propôs se reunir e fazer um único show - o seu show de despedida. Nesse tempo, Marco Antonio e Guga estavam na correria cuidando de outros projetos e Léo (Leonardo Lins), ex- Vortex e um amigo de outras épocas se ofereceu pra entrar e fazer uma segunda guitarra, o que foi muito bom!! Pensei que talvez fosse uma boa idéia incorporar mais peso no som. Dobrar a guitarra sempre deixa o som mais incorpado, então, resolvemos ir para o estúdio com Pedrito (guitarra), Léo (guitarra), Jairo (baixo), Pesado (vocal) e eu (bateria). Não foi um bom reinício. Estávamos dispostos, mas Pesado não estava nem um pouco entusiasmado, essa foi uma opinião unânime. Exceto Pesado, nós não víamos nenhum sentido em trabalhar para um show para ter que parar novamente, principalmente porque no decorrer dos ensaios a banda havia conseguido um padrão excelente!! Conseguimos muito mais do que esperávamos.. Conseguimos recuperar toda a energia em tão pouco tempo, mesmo estando tanto tempo parados. O entusiasmo tomou conta dos ensaios, inclusive, das pessoas que freqüentaram o estúdio pra nos verem - acho que não acreditavam...rsss. Então, não havia o menor sentido a banda fazer um show e depois parar novamente pra procurar um outro vocalista e muito menos, o CÂMBIO NEGRO HC acabar definitivamente por causa da ausência de Pesado. Ajax estava muito próximo a nós, sempre nos estimulando, um bom amigo, uma pessoa do bem, dedicado e com um vocal privilegiado para o Hardcore. Não cansava em dizer que se Pesado saísse ele estaria pronto pra se juntar a nós... Ele é um fã do CNHC... O que mais poderíamos querer? Vimos em Ajax a pessoa mais certa pra se juntar ao CNHC e absolutamente, não nos arrependemos, fizemos a melhor escolha e ganhamos uma energia e uma atitude que há muito tempo não via...o que move essa música é justamente energia e atitude, não é verdade? Então, essa nova formação chega com muita força, as músicas com mais peso e mais vigor e no mais, o Hardcore de sempre. Hoje estamos vivos com Ajax (vocal), Pedrito (guitarra), Léo (guitarra), Jairo (baixo) e eu na batera.
Nova formação a partir da esquerda: Léo, Pedrito, Nino, Ajax e Jairo
8-Já estão pensando em show e disco novo ainda esse ano?
Nino: Estamos terminando o set de show, este que virá somente com os clássicos que marcaram a tragetória do CÂMBIO NEGRO HC e fazer um show aqui em Recife, o show oficial da volta. Em seguida, já começaremos a ensaiar as novas músicas que já estão sendo feitas. A idéia era preparar um disco até o final do ano, só com músicas inéditas, talvez todas elas novas (da nova formação) ou algumas poucas que jamais gravamos. Mas, talvez seja mais interessante preparar esse disco no próximo ano, quando a banda fará 30 anos de nascida.
Ensaio do novo repertório
9-E olhado para trás...qual a diferença do Câmbio Negro de 1983 para o Câmbio Negro HC de 2012?
Nino:  Olha, aprimoramos mais a maneira de tocar, né? A experiência serve pra alguma coisa..rss. Hoje temos melhores condições de ensaios e principalmente uma visão mais madura de como fazer as coisas e no final, isto faz grande diferença. Mas, não mudamos a forma de ver as coisas, não mudamos a nossa proposta, a nossa atitude. Tão pouco, mudamos a acidez do nosso som, nem a nossa inquietude e o nosso descontentamento com as questões que estão aí, diante de nossos olhos, entende? Embora a gente tenha percebido algum avanço, o sistema continua leonino, imoral e estúpido e por outro lado, nós temos que nos manter vivos e fazer a nossa parte..o contra-ataque disso tudo. Ser mais uma voz que rompe o silêncio e o conformismo, entendeu?
10-Tenho notado que em Recife a cena anda sempre se movimentando...o que você anda vendo de novo na cena punk hc da cidade, e tambem do Brasil?
Nino:  Tenho visto uma moçada movimentando a cena aqui e vejo isso tudo com muito bons olhos..sempre faço uma retrospectiva e associo com o que fizemos nos anos 80, 90 e vejo que aquilo tudo não foi em vão, sabe? Acho que plantamos uma semente e vingou. Hoje essa moçada está promovendo gigs, eventos com a proposta punk/hardcore, discutindo a cena e os conflitos sociais e tudo isso me deixa entusiasmado e como celebração, penso em remontar o ENCONTRO ANTI-NUCLEAR com as duas gerações..
"Reconstuindo o caos" é o provável nome do próximo Disco
11-Fico feliz de saber que vocês estão voltando a cena, lutando como nunca por seus ideais, acreditando que ainda é possível ser independente na cena rocker brasileira!!!
Muito obrigado pela atenção e o espaço é de vocês para divulgar canais virtuais da bandas, onde baixar os discos antigos, onde comprar...é com vocês:
Nino: Eu agradeço o seu convite, amigo. Fico contente com o seu trabalho em divulgar a cena e me traz mais a certeza que pra viver assim só sendo guerreiros mesmo, não é verdade? Então, vamos lá ao material disponível para download...Paz e Hardcore!
BLOG:http://cambionegrohc.blogspot.com.br/
FÃ-PAGE (Facebook): http://www.facebook.com/pages/Cambio-Negro-HC/264499096916701

BAIXE OS DISCOS DO CAMBIO NEGRO HC
CÂMBIO NEGRO HC - DOWNLOAD FREE - LP "O ESPELHO DOS DEUSES" [1990] http://www.mediafire.com/?nit7qdo28bq39a4
CÂMBIO NEGRO HC - DOWNLOAD FREE - LP "TERROR NAS RUAS" [1993] http://www.mediafire.com/?61rvyjst0j1oo6g
CÂMBIO NEGRO HC - DOWNLOAD FREE – CD [2 LP´S + 5 BÔNUS INÉDITAS] http://www.mediafire.com/?1731210vs3j5iih

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Entrevista com o Allan da Guerra Urbana

Mantendo o objetivo do blog Tosco Todo, vamos divulgar mais uma banda que anda movimentando o underground no nordeste. O papo de hoje é com o Allan, baterista da banda Guerra Urbana da cidade do Recife-PE.
Allan, batera da Guerra Urbana

1-Quando surgiu e o que levou vocês a formarem uma banda?
Allan-A banda surge em maio de 2007 aqui no bairro do ibura extremo sul de recife; subúrbio geral; em 2006, eu e o primeiro guitarrista Nielson, saímos da Morgue outra banda que tocávamos e estávamos com um projeto em mente, pensávamos em fazer uma banda de grind core, mas optamos por tocar um som mais ligado ao que curtíamos mais, que era punk hardcore oitentista, então, em um som no subúrbio encontramos Dayane uma amiga que não via a um bom tempo; eu e Nielson a convidamos para ser a vocalista; depois se juntou a nós André: vocal e Flávio (duxo) no baixo; e a banda tava completa. Nosso intuito em formar a banda era expressar as questões que nos cerca em relação às dificuldades que nós suburbanos temos em sobreviver nesse mundo capitalista que nos impõem miséria sempre! E desigualdades das mais diversas; por isso Guerra Urbana; travamos ela todos os dias pela nossa sub-existência; no passado participei de outras bandas punks; que não tiveram uma longevidade na sua história, porém agora a coisa está diferente; atualmente está na banda: eu na bateria; André e Fernanda nos vocais, Flávio(duxo) baixo e Raul na guitarra!

2-Quais eram as influências musicais nessa época?
Allan-Então como disse anteriormente, som punk dos anos 80, mas fundimos tantas coisas em nossos songs que podemos dizer que temos uma influência 77, também de bandas crust, muitas do universo musical punk... Podemos citar algumas: NAUSEA, AUS-ROTTEN, OLHO SECO, CÓLERA, INVASORES DE CÉREBROS, ELEKTRODUENDES, ANTICHISM, POST REGIMENT, DISCHARGE entre muitas...

3-E hoje, o que a banda anda ouvindo?
Allan-Atualmente escutamos as mesmas coisas do passado tão presente; tem bandas que não são tão novas que conhecemos a pouco tempo e estamos ouvindo constantemente e acabam nos influenciando de certa forma, elas são: SS-KALIERT, PESTPOCKEN, PANX ROMANA, ACIDEZ, CHAOS OF SOCIETY, AUWEIA, PRAWO DO JAZDY...

4-Como anda a cena aí em Recife? Existem bandas que tem um trampo bacana aí na periferia, como o Devotos, por exemplo...Vocês tem contato com essa galera?
Allan-A cena em recife está em um período muito intenso; está acontecendo muitas gig´s e está muito bom! As bandas estão produzindo mais do que em outras épocas, vemos a necessidade de registrar! Precisa de mais intensidade, porém vejo que o caminho está sendo traçado; há uma fusão entre diversas pessoas, a questão não fica mais na limitação de certo grupo que se posiciona de certa forma ideologicamente, isso está sendo abolido e as pessoas estão se conectando, sempre há gig´s com bandas do movimento punk e com bandas que não são punks, mas é visível que essa proximidade tem um bem comum que é a luta antifascista e as propostas libertárias que as mesmas têm independente de postura punk! Todos tem um propósito singular, lutar por eventos mais autônomos e transformar sua realidade local tornando os espaços undergrounds um local em que você possa circular sem ter “medo” de alguém ou reprimido por não fazer parte de um determinado grupo, as coisas estão seguindo assim em recifede! A integração entre as pessoas está mais fluente do que antes; sobre os Devotos, no passado era uma banda que participava do movimento punk, não acompanhei esse período que foi nos 80; começo dos 90; eles tem uns projetos que fazem com a comunidade; não temos contato com eles! Os caras participam de eventos maiores na cidade que poucas vezes conta com alguma banda do underground recifense; aqui nós da Guerra Urbana sempre fazemos eventos no nosso bairro; muitas vezes aberto ao público, sem apoio do estado e outros manos daqui fazem o mesmo em seus bairros como o caso da Nark de dom Helder, Mente Podre, Lei do Kaos fazem o mesmo nos seus bairros; tem o pessoal de Maranguape também que faz um trampo massa no seu subúrbio, é a galera das bandas Arquivo Morto, Nação Corrompida; e tem a galera do Pina também que está na ativa novamente; eles fazem sempre uns eventos multiculturais por lá, os manos da companhia de amores miseráveis.
Guerra Urbana em ação!!!

5-Em 2010 vocês lançaram o primeiro CD "Exterminio, ganância e poder", o que gerou esse disco? E está disponível para download?
Allan-Nós mesmos lançamos no espírito faça você mesmo na intenção de propagar e registrar aquilo que se tornaria o nosso primeiro passo em relação ao registro musical da banda; estávamos no momento sem guitarrista; quem gravou tudo foi Flávio (duxo) nosso baixista; ficou total cru; a partir daí, começamos a difusão maior da banda que só era divulgada em apresentações ao vivo e no myspace, o CD era o que estava faltando pra maior divulgação e foi o que aconteceu começamos a ter mais contatos no Brasil e no exterior por conta do material físico; conseguimos participar de várias coletâneas e nosso disco foi lançado em outros países; agora a pouco colocamos ele disponível para download gratuito no site undersound e nossa amiga zoyki da banda Repressão Social do Rio de Janeiro colocou no 4 shared e ele está disponível para download lá também; ela fez isso para disponibilizar em seu site Human Distressed; que também é o nome do zine que ela faz.
Primeiro CD da Guerra Urbana

6-Esse disco também teve uma versão mexicana e outra argentina, como que surgiu esse interesse dos hermanos?
Allan-Sobre o contato no México foi o seguinte, nossa amiga minha a Hellen que participa até do nosso disco em uma faixa, a música prisão domiciliar na intro do som; ela sempre falava com o Santero o baterista da banda MASSAKRO de Tijuana o mesmo tem uma Distro chamada TERCERMUNDISTAS RECORDES; ele perguntou a Hellen quem organizava gig´s punks em Hellcife e ela passou o nosso contato ai começamos um contato e o mesmo se interessou pela banda e teve o interesse de lançar nosso disco lá no México; com uma versão mexicana com capa e encarte diferente do nosso lançado aqui; com isso muitos mexicanos e norte-americanos entram em contato conosco a partir desse lançamento lá; e na argentina o Ramon da Volátil Distro pegou nosso som pela net e viu também uma coletânea que saímos lá, na argentina para o Acracia Fanzine o mesmo entrou em contato conosco e teve o interesse de lançar o disco lá com uma versão argentina igual ao México teria arte diferenciada da versão brasileira.
Versão Argentina do Primeiro CD

7-Além disso a banda tem participado de muitas coletâneas. Os contatos são pela net ou ainda utilizam as velhas cartas?
Allan-Os contatos são em sua maioria pela net; mais as cartas são sempre utilizadas; hoje mais para enviar material, recebê-los; a troca de ideias é feita pela net; até por que é mais barato e rápido.

8-Em quais coletâneas podemos encontrar a Guerra Urbana?
Allan-Principio y Fin- Acracia Fanzine vol. 8 argentina; Independent and free – varken recordes indonésia. Explosão Punk-vol.1 ao vivo em recife; split Guerra Urbana e Subversivas/MA- Crosta Móida Produções; Fanzine Meus Amigos Bebem Muito Café vol.3 São Paulo; De coca-a-cola vol.8 Belém/PA; Compilado Anticarcelario em apoyo a Freedy, Marcelo y Juan, Argentina; Punk To The Bone – Delapidated Records, EUA; Endless Hell – Trhone of lies Records, EUA.
As Coletâneas internacionais sempre contam com bandas de várias partes do planeta.
Coletânea  Endless Hell (EUA) com a Guerra Urbana

9-A banda tambem tem tocado fora do estado de Pernambuco. Conte-nos como rola os convites e como foi esse rolé?
Allan-Fomos para o rio de janeiro ano passado 2011 em novembro foi muito massa para nós conhecer outra realidade e tocar lá; esse ano iremos para lá novamente em novembro e aproveitando vamos fazer mais duas apresentações em São Paulo e vamos tocar agora em setembro em natal-RN; temos alguns convites para irmos para outros estados, queremos ir muito ai Nem em Salvador tem um pessoal que tem interesse em fazer um som nosso ai, esperamos tocar ai com a CAMA DE JORNAL; os convites vão fluindo o pessoal que curte o som se interessa em ver a banda ao vivo; muita gente que organiza som quer fazer a gente em suas cidades o que nos impede de ir a todos os lugares que nos chamam é o dinheiro; mas acredito que aos poucos vamos conseguindo mapear esses locais e vamos chegando a eles é isso que planejamos e estamos colocando em prática.
Guerra Urbana no Rio de Janeiro

10-E o que esperar da Guerra Urbana para 2012? Vem um CD novo por aí?
Allan-Esperamos conseguir tocar em mais locais! Fora de recife! E estamos gravando já o segundo disco; daqui para o fim do ano sai o segundo! Estamos vendo os contatos os apoios para fazer essa nova produção; o som agora vai está mais bem gravado do que o primeiro, todos irão perceber a mudança, achamos que é positiva quem nos ver ao vivo já saca o que tem por vir! É só aguardar. Já enviamos duas canções inéditas para o nosso mano Santero do México; vai sair um 4 way split ep 7rpm pela tercermundistas recordes com as bandas Massakro tijuana/MEX, San Diego/EUA, Motorized Tijuana/MEX, Death From Above Goiânia/BRA.
11-Rapaziada, o espaço é de vocês para dizer o que quiserem:
Allan-Valeu Nem Tosco Todo! Pelo suporte. Vemos-nos em breve nesse mundo do underground punk tudo pode acontecer; Valeu a todos os leitores! Um grande abraço! Quem quiser entrar em contato conosco segue:
A/C Guerra Urbana
Rua do campo, 101 UR-12
Ibura CEP: 51330-440
Recife-PE.
E-mail: Allan.victor.kevin@hotmail.com ou guerraurbana@hotmail.com Facebook:www.facebook.com/guerra.urbana1
Ouça aqui: www.myspace.com/guerraurbana

domingo, 15 de julho de 2012

Entrevista com Houly da Horda Punk

O papo de hoje é com o Houly, vocalista da banda Catarinense Horda Punk. Um cara parceiro que tive o prazer de conhecer pessoalmente em 2010 durante uma viagem de férias (veja aqui como foi)...e depois disso já foram tantos encontros que nos tornamos grandes amigos...sem mais delongas, acompanhe essa conversa...
Houly da Horda Punk

1-Como surgiu a idéia de montar uma banda de punk rock? É verdade que ensaiavam em uma borracharia?
Houly: Hoje olhando lá no começo, acredito que a banda surgiu naturalmente, não haveria outro destino, não fosse naquele momento, em outra ocasião aconteceria fatalmente. Quando você tem o rock na veia, você acaba tendo amigos que gostam das mesmas vertentes, só que nossa galera nunca havia tocado ou montado uma banda, começamos do zero, sem padrões, as dificuldades foram muitas, locais de ensaio foi uma delas, ensaiamos desde porão onde as paredes se mexiam devido a tantos insetos, grilos e aranhas, garagem que emprestavam ora ou outra, nessa o batera colocava a bateria num carrinho de mão e seguíamos até a garagem empoeirada, calçava uma bota de borracha e chutava o bumbo, não tínhamos pedal naquela época, e na borracharia, que inclusive gravamos o primeiro álbum da banda, montamos mesa, o PC para capturar o som e rodeamos a bateria de pneus para melhorar a captura, e foi assim, muitas dificuldades, não menos do que outras bandas, mas olhando para trás isso é o que vale a pena.
Horda Punk na estrada

2-Quem sugeriu o nome Horda Punk?
Houly:Horda Punk surgiu nos ensaios, aparecia maluco de todo canto, tinha carinha que saia da cadeia e ia lá ver o ensaio, hehehehe, e então quando chegava a hora do ensaio os vizinhos iam se escondendo porque uma horda ia chegando.

3-Em 2006 a banda grava o CD Não há futuro. Como foi o processo de gravação desse disco?
Houly:Cara estávamos afiados nas músicas, ensaiávamos direto na borracharia, as musicas estavam
vertendo, tínhamos que gravar naquele momento, não conseguíamos outro lugar para fazer a captura,
decidimos gravar lá mesmo, mas tínhamos um problema, montar e gravar a bateria e desmontar no fim de semana até a noite de domingo. Montamos tudo na madrugada de sexta-feira, no sábado de manhã, afinamos a bateria, e no total levamos 18 horas para capturar a bateria, e ainda deu tempo de capturar o baixo, ali eu tinha certeza que havíamos realizado algo importante.

4-Com esse disco a banda começa a viajar para outras cidades. Como foi a divulgação?
Houly:Na verdade antes mesmo de gravar o CD já fazíamos algumas viagens, mas após a gravação do álbum isso se intensificou, na verdade é a grande diversão, conhecer novos lugares, e descobrir que o punk, é igual em todos os lugares, a receptividade, a fraternidade que encontramos é como se estivesse com a minha família.

5-Nesse primeiro disco teve ainda a gravação da música "Padre Nicolau X Valdelírio o menino de rua" que foi baseada em fatos reais. Conte-nos um pouco sobre isso:
Houly:Ensaiávamos ao lado do Hotel Casa Verde, isso em 2004, e naquela tarde vimos o IML retirando um corpo, depois soubemos do acontecido. O Padre Nicolau, de 82 anos de idade, abusava sexualmente de meninos de rua, conheceu o Valdelirio quando tinha 12 anos, e manteve relações em troca de dinheiro com ele até os 18 anos quando foi assassinado. O padre já não residia mais em União da Vitoria, mas mesmo assim marcou o encontro nesse hotel, se desentenderam e o Valdelio o matou asfixiado com as próprias meias. Logo em seguida, o Valdelirio pega um ônibus vai até Curitiba, vai no estádio, assiste o jogo do Atlético Paranaense e Coritiba, sai do estádio após o jogo e liga para o hotel informando que havia um presunto no determinado quarto, rastreiam a ligação e prendem o Valdelírio nas mediações da Arena da Baixada. No julgamento testemunharam mais dois meninos de rua que foram abusados pelo padre pedófilo, e, o advogado de defesa de Valdelírio utiliza a musica que fizemos em defesa. Os dois permanecem presos, Valdelirio cumpre pena no presídio de Guarapuava e o Nicolau está apodrecendo preso dentro do caixão.
Horda Punk no Hangar 110 em 2009 com o Cólera

6-A Horda Punk tambem chegou a tocar lá no Hangar 110 em sampa com o Cólera. Quando e como foi esse show?
Houly:Foi em novembro de 2009, saímos de madrugada daqui, rodamos o dia inteiro, mas valeu muito a pena, já havíamos tocado com o Cólera em Curitiba, mas tocar na casa do Cólera, foi sensacional, tocou junto ainda os Muzzarelas de SP, a Ultimo Grito da BA e Pamonha Marota aqui do litoral de SC, aqueles corredores dos bastidores do Hangar 110 tem muito a contar velhinho.
Horda em Curitiba abrindo show do Cólera

7-Em 2008 vocês gravaram o segundo disco "Faça amor, não faça guerra". Como foi a concepção desse projeto?
Houly:Bom, após a experiência com o primeiro álbum, e de descobrirmos que podíamos fazer, como não tínhamos lugar para ensaio, e sempre era aquela correria, decidimos construir um estudio, mas construir mesmo, com cimento, concreto, desde a fundação, tudo, e então com estúdio pronto nos lançamos ao projeto de um álbum que falasse sobre guerra. Curtiamos para caralho o som da banda Kolapso 77, em especial a música Planeta Guerra, e através do encarte contatei a banda para permissão de gravarmos esse som, conversei com o Val Pinheiro, que permitiu e o convidei para participar do álbum, até então não sabia que ele era também o contrabaixista do Cólera, e ele veio com sua família e gravamos aqui em casa. Outra participação nesse álbum também é Nem da banda Cama de Jornal, que devido a distância, gravou o vocal no Studio do Ruckson em Vitoria da Conquista, e depois foi mixada por mim. A ainda na faixa “Al Carajo”, a letra foi extraída de um discurso do Presidente da Venezuela Ugo Chaves em Mar Del Plata na Argentina.
2º CD da Horda Punk - 2008

8-Em 2011 você foi convidado pela galera da Cama de Jornal para participar do CD/DVD de 10 Anos deles...como foi essa experiência?
Houly:Tive que fazer conexão em São Paulo, e no vôo fui junto com o Cólera (Nota: o Cólera tambem participou desse show), e na verdade foi muito marcante para mim, pois acabei convivendo dois dias com a maior banda underground do Brasil, o show foi um bônus, participar com a Cama de Jornal e fazer essa homenagem pelos seus 10 anos de banda, foi uma grande honra, em uma super produção. Mas retornando ao início e hoje após a fatalidade da morte do Redson, digo que sou um privilegiado, de ter podido conhecer como era o relacionamento interno da banda, realmente um exemplo a ser seguido, pelo respeito, cumplicidade, fidelidade, organização, a relação com o publico, é algo que levo para toda a minha vida.
9-Ainda em 2011 também rolou uma mini turnê pelo planalto central com a galera da Cama de Jornal. O que rolou nessa turnê?
Houly:Porra velho, três dias intensos de Rock n´Roll, três shows, um em Goiania no Old Studio, com organização do Jorge Afonso do Garage Band Underground com parceria com o pessoal do Insetus Zine, chegamos em cima da hora, atrasou nosso vôo, mas deu tempo de curtir Cama de Jornal e de tocarmos duas músicas: Esgoto ou Lama e Sem Poder, e após tocarmos, seguir para Brasilia, onde no sábado tocamos na Chácara do Anselmo e no domingo no Mercado Cultura Piloto organizados pelo Grillo Sangue Ralo. Foram três dias intensos, sabe como é, estar junto com a galera que curte as mesmas coisas, punk rock, só se quer curtir o máximo possível a ponto de chegar a exaustão devido as poucas horas dormidas.
Horda Punk no Old Studio em Goiânia-GO
10-No final de setembro de 2011 aconteceu a morte do Redson do Cólera. E depois rolou um convite para participar do Tributo ao Redson no Hangar 110. Como foi pra você ter sido o único convidado do Sul do Brasil a participar dessa homenagem? Esse show foi foda, né?
Houly:Foda!!! Foi fodástico, estar tocando no Hangar 110, com o Cólera no palco, e com grandes nomes do punk rock nacional como João Gordo, Ariel Invasores de Cerebro, Ale Lixomania, Helinho Condutores de Cadaveres, Kojeka Kolapso 77, Nem Cama de Jornal, Miro de Mello 365, e muitos mais, em homenagem emocionante demais para um ícone do ínicio do movimento punk no Brasil, simplesmente é difícil de conseguir descrever o sentimento, uma realização pela responsabilidade da homenagem junto com um vazio enorme pela ausência do Redson.
Houly em ação no Tributo e abaixo video do show
11-Você foi o idealizador de uma coletânea chamada "Contra Cultura 2009". Com surgiu esse projeto e existem outros ainda por vir?
Houly:Essa coletânea, foi a segunda edição, a primeira em 2007 com bandas punk de Santa Catariana, contou com Horda Punk, Rejects S.A., Mercurio Cromo, Estado Deplorável, SKP, Crise Geral, Vomito Social, em 2009 com 10 bandas punk de todo o território nacional, como, Animais na Pista MG, Carne Moida SP, Cama de Jornal BA, Estado Deplorável SC, Os Maltrapilhos DF, Horda Punk SC, Suco Gastrico RS, Ovos Presley PR, Os Corsários PR, Invasores de Cerebros SP, no ano passado produzimos uma coletânea com bandas somente aqui de nossa cidade Porto União da Vitoria, rolando inclusive um festival com as bandas, Gottverlassen, Horda Punk, Toxine, Timpano, Fly Away, Artigo 42, e estamos preparando uma nova coletânea aos moldes de 2007, no forno já a alguns meses e prestes rolar em breve.
12-E para a Horda Punk, quais os projetos para 2012?
Houly:Esse ano fazemos 10 anos de banda, e estamos preparando um álbum novo, onde a idéia e o tema para esse projeto ocorreu no palco tocando junto com a Cama de Jornal aí em Vitória da Conquista – BA, e aproveitando a deixa, gostaríamos de gravar uma música da Cama “Sem Poder”, para compor o cast deste novo álbum, que está ainda sem titulo, mas com um caminho já bem traçado.
Horda Punk e Cama de Jornal em Brasília
13-Houly, quero agradecer a atenção. O espaço é seu para expor o que ainda não foi dito. A hora é agora:
Houly:Nem, só tenho muito a agradecer a você e a Cama de Jornal, que trilhamos já algumas milhas juntos com nossas bandas. Norte e Sul juntos falando a mesma língua, gritando e protestando, apenas com sotaque diferente. Meu irmão, conte sempre com a gente, és sempre muito bem vindo por aqui, Abraço meu amigo.
Horda Punk na net: http://palcomp3.com/hordapunk/ .
Baixe Horda Punk numa coletânea lançada pelo Tosco Todo: http://www.geocities.ws/toscotodo/coletaneas.htm

terça-feira, 10 de julho de 2012

Entrevista com o Miro de Melo do 365

O papo de hoje é com o Miro de Melo, baterista clássico da banda 365 de São Paulo. Um cara simples que tive o prazer de conhecer pessoalmente ano passado no Tributo ao Redson (Cólera) no Hangar 110.
Segue aí o bate papo...
Miro de Melo - 365
1- Você foi um dos fundadores do 365 em 1983, no auge do Punk Rock no Brasil. Como surgiu a idéia de montar a banda?
Miro de Melo: Sim, eu fui o fundador do 365 em 1983. Após uma apresentação do lixomania na fábrica do Som, onde alguns vândalos quase destruiram o teatro, e devido o movimento punk estar sofrendo várias repressões, resolvi montar o 365 e mudar um pouco o estilo musical mas mantendo-se fiel ás nossas raizes.
Miro em ação com o 365
2- O disco-mix de 86 foi importante por ser o primeiro, mas além disso ainda incluia a música "São Paulo" que se tornou um clássico. Vocês tinham alguma expectativa em relação a aceitação desse disco quando estavam ainda em estúdio?
Miro de Melo: Não, realmente nos surpreendeu.
Disco-mix de 1986

3- Depois do lançamento do primeiro LP chamado simplesmente "365" a banda chegou a tocar em programas de tv como Cassino do Chacrinha, Raul Gil, Bolinha, Viva a noite. Como vocês encaravam essa coisa de estar na mídia e ser punk rock ao mesmo tempo?
Miro de Melo: Além de sermos punks a música era nossa profissão, e com esta abertura da mídia houve uma divulgação em grande escala em todo o Brasil, fazendo o 365 tocar em lugares de ponta.
Primeiro LP do 365

4- Você tambem foi o organizador da coletânea "365-1987/1997". Era um material de arquivo pessoal?
Miro de Melo: Sim, eram demos dos discos que gravamos e achei legal lançar esta coletanea, pois ficou bem melhor que no vinil.


5- A banda fica vários anos sem gravar, lançando um CD somente em 1995. Por que desse intervalo entre um disco e outro?
Miro de Melo: Primeiro, ficamos preso num contrato com a Continental e isso nos deixou bodiados sem interesse em lançarmos novas musicas e os modismos que as gravadoras impunham.
Album de 1995


6- Recentemente a banda teve problemas internos e quase se desfez. O que aconteceu realmente nesse episódio?
Miro de Melo: Na verdade não foi de ordem musical e sim administrativo.


7- Com a saída do vocalista, quem entrou no seu lugar e como está a formação atual?
Miro de Melo: Entrou o Neto Trindade no vocal, Ari Baltazar na guitarra, Roberto Pallares no baixo e Miro de Melo na bateria. Esta formação foi formalizada por mim e o Ari. O  Neto Trindade e o  Roberto Pallares  já tinham participado da banda anteriormente.
Nova Formação: Miro, Neto, Roberto e Ari.


8- Quais os projetos do 365 de agora em diante?
Miro de Melo: Nós da formação atual estamos em estúdio fazendo uma pré produção para um possivel trabalho inédito. Eu, o Ari, o Neto e o Roberto estamos felizes com os resultados.
Ari, guitarrista do 365


9- Obrigado pela entrevista e deixo o espaço aberto pra você:
Miro de Melo: Eu que agradeço pela oportunidade e dê uma olhada no nosso site: www.banda365.com.br ou pelo Facebook Banda 365. Abraço de todos da banda e boa sorte.

sábado, 7 de julho de 2012

Entrevista com o Matheus da Gerações Perdidas

Hoje o papo é com o Matheus Germano, vocalista da banda Gerações Perdidas, A banda surgiu no início de 2010 e teve seus primeiros ensaios em um galpão de fábrica nos arredores do bairro Vila Nova, na cidade de Goiânia. Confira aí...
Matheus dando voz para Gerações Perdidas

1-Primeiramente a velha pergunta: de onde veio o nome Gerações Perdidas?
Matheus: O nome da banda veio de uma música que fizemos "Gerações Perdidas", na época a banda tinha quase um ano de existência e ainda não tínhamos um nome forte que representasse o nosso som, nossa postura e ideias, ai quando passamos a música, que é bem crua com uma letra bem intensa, resolvemos que seria o nome da banda. O sentido que Gerações Perdidas expressa é uma homenagem para as gerações que foram mortas, exterminadas e silenciadas, tanto na ditadura militar, como atualmente pela violência e pela repressão da polícia nas periferias, em um extermínio da juventude que está estampado diariamente em nossa sociedade.

2-Alguns integrantes vieram de outras bandas da cena goiana. Em quais bandas eles tocaram e por que resolveram sair e montar uma nova banda?
Matheus: Na verdade ninguém deixou as suas bandas para tocarem com a Gerações Perdidas. O Fred (batera) tem uma outra banda local que se chama Dejeto HC, o Paulin (baixo) tocava no Vítimas da Injustiça, que hoje em dia anda parada. Então ninguém deixou suas bandas, ou se ficaram paradas não envolve o motivo de eles tocarem na Gerações Perdidas, que no fundo é a união de quatro amigos em torno de um projeto de fazer um som com influências no crust/punk/hc, onde todos levam as suas influências, mas politizado e com postura de superação dos problemas que nos cercam.Fred foi chamado para entrar na banda depois de um projeto que fizemos para tocar em um show do Terror Revolucionário, em que misturamos a formação do Vítimas e da Gerações (Gerações das Injustiças), que foi um momento importante para a banda, pois a parada ficou mais séria, começamos a ensaiar mais e a compor mais músicas, sem contar que o Fred trouxe uma pegada mais HC pro nosso som que é nítido se você ouvir a demo e as nossas novas gravações que se encontram no nosso myspace.
Fred na batera!!!

3-No mesmo ano que surgiu a Gerações, vocês gravaram uma demo com 8 músicas. Como foi o processo de composição desses sons, onde foram gravados e foi lançado por algum selo independente?
Matheus:Na verdade a banda surgiu em junho de 2010, num quartinho nos fundos da fábrica de móveis de um companheiro nosso. A demo que te dei quando vocês vieram aqui em Goiânia foi gravada em agosto de 2011, e registra a fase inicial da banda na sua primeira formação com o Smigol na batera. Todos os arranjos e composições foram feitos por nós e foi gravado no Estúdio Barra, como o cara viu que éramos quatro caras que tinham pouco ou nenhuma experiência em gravar, ele fui muito gente boa e nos ajudou bastante. A demo foi uma puta experiência para nós, tirando o Paulin, ninguém nunca tinha tido experiência com gravação e como não tínhamos dinheiro, gravamos apenas em três horas, o que acabou deixando de fora uma faixa que logo vai sair em nosso CD. Nós mesmos que fizemos a arte, com a ajuda das nossas companheiras Kárita e Mariana, xerocamos e dobramos os encartes, compramos as caixinhas e gravamos os CDs, não lançamos por nenhum selo e também não vendemos nenhuma cópia, todas as 80 (se me lembro bem) foram distribuídas para a galera que colava nos nossos sons, sendo depois colocada em mp3 na internet para quem quisesse baixar.
Demo de 2011

4-Como foi a receptividade da galera com esse trampo? vocês chegaram a fazer algum show de lançamento?
Matheus: A receptividade foi muito boa! Não fizemos nenhum show de lançamento, mas essa demo não somente abriu as portas pra gente tocar em muitos eventos, mas fizeram que a gente ficasse conhecido na cena local, começamos a ser respeitado não somente pelo som, mas pelos corres que fizemos, pois fizemos nossas colagens com as letras e as nossas demos tudo por nós mesmo, no bom e velho estilo "Faça você mesmo!". Lógico que tiveram as pessoas que acharam nosso som muito tosco ou então nos boicotaram por não sermos "punks o bastante", mas quem soube reconhecer viu que se tratava de um expressão sincera e direta de um realidade que nós queríamos mostrar, por isso que nós nos preocupamos com a nossa postura política dentro e fora dos palcos. Quem já colou em um som nosso sabe que sempre passamos as mensagens antes das músicas, que nossas ideias e postura vão além delas, que a nossa proposta de quando tocamos é informar e organizar as pessoas politicamente em uma ação anticapitalista em sua cotidiano, da construção da barragem de Belo Monte à situação dos trabalhadores de Jirau, somos todos explorados e massacrados diariamente!
Gerações Perdidas no Old Studio em Goiânia

5-Como anda a cena punk/hc ai de Goiânia? E vocês têm tocado em outras cidades/estados também?
Matheus: Acredito que estamos passando um momento interessante aqui na cena de Goiânia, não posso falar de algo que não vivi, pois tenho apenas seis anos de contato com a cena local, mas posso afirmar que na mesma safra que veio a Gerações Perdidas, surgiram também outras bandas de pessoas novas na cena que estão movimentando e dando energia para fazerem as coisas acontecerem. Posso citar algumas bandas novas ou que estão na atividade há algum tempo na cena: Corja, Tarja Preta, Entre os Dentes, Livre?, Death From Above, Tirei Zero, Descarga Negativa, Abalo Sísmico, Dejeto HC, Sociofobia, Coerência, Benzinol Possesso, Higiene Mental e outras...
Na área de produção temos o selo Two Beers que tem a frente nosso camarada Segundo, que vai completar 11 anos de existência no final do mês, em um show com banda locais e de fora onde provavelmente será lançado nosso cd! Tem também a galera da Insetus (Walkir, Júnior, Camila e Bruna e outros) que há mais de 10 anos também estão na cena. Não posso também de deixar de falar do Júlio, que sempre tá nos corre pra fazer os eventos acontecerem, não somente nos shows, mas com zines e etc.. Ambos os selos e as pessoas que se envolvem com eles ajudam as bandas novas a lançarem seus materiais, organizam eventos e os motivam a continuarem tocando...
É lógico que todas as cenas tem os seus defeitos e limitações, aqui em Goiânia teve uma época que quase todos os finais de semana rolava gigs na praça, organizada pelos próprios punks, mas em função de divergências ideológicas e tetras, acabou enfraquecendo e as gigs pararam de acontecer. Hoje em dia aqui temos duas casas que dão espaço para a cena: o OLD STUDIO e o CAPIM PUB. Mas falta a galera colar mais nos shows, comprar o material das bandas, trocarem uma ideia, irem pra sacar os sons de bandas que não são de seus amigos e assim motivar uma nova galera que está surgindo aqui na cena.
Paulin no Baixo

6-Vocês estão prestes a lançar um cd completo com 12 faixas, incluindo algumas regravações de faixas da primeira demo. E ouvindo aqui (em primeira mão, eu acho) já é perceptível a evolução no som, gravação, tudo...como estão os preparativos para esse novo lançamento? Alguma previsão de quando deve sair? E já tem algum selo/distro conversando com vocês sobre distribuição?
Matheus: Então Nem, esse som ai que eu te mandei vai ser o que vai compor o nosso CD. Das 12 faixas, 8 são regravações da nossa demo, mas que com a nova formação, soa bem diferente..Valeu ai por considerar que foi uma evolução nossa, pois além da entrada do Fred, começamos a ensaiar e a tocar muito pela cidade, o que nos ajudou bastante na hora de gravar. Gravamos todas as 12 faixas em 4 horas e pagamos mais 2 horas pro cara do estúdio mixar para a gente. Esses sons vão compor o nosso primeiro cd, que se der tudo certo será lançado no final desse mês, dois selos locais (Two Beers e Massive Records) vão lançar a gente por aqui.. Outras selos e outras distros que se interessarem em divulgar e distribuir nosso som, estamos aberto pra qualquer trocas, amizades e parcerias!

7-Vocês pensam em fazer uma turnê de divulgação desse novo trampo? Pensam em passar pela Bahia?
Matheus: Com certeza!!! O dia que rolar a oportunidade e esquematizar um parada massa estaremos ai!!! Iríamos com uma puta satisfação pra tocar pra pessoas diferentes e espalhar não somente nosso som, mas as ideias, posturas e atitudes que envolvem nossa letras e nossas mensagens!

8-Todos sabemos como é difícil sobreviver no underground, e sempre rola os trampos para poder pagar as contas. Como é a vida de vocês fora da banda?
Matheus: Bem a vida fora da banda é bastante correria... Nosso caso é bastante semelhante de toda banda que está no meio underground: ninguém vive da banda ou somente da cena, todo mundo tem os seus empregos e juntam seus trocos pra poder ensaiar e colocar gasolina no carro pra tocar.. hehehehe...O Paulin (baixo) trampa no concerto de eletrônicos, o Fred (batera) trampa como professor de educação física e trampa na organização de eventos na área de esporte. O Diego (guitarra) é professor de francês. Eu sou professor de história...
Diego o professor de francês

9-Bom, desejo toda a sorte pra vocês nessa nova empreitada. E o espaço fica aberto pra falarem o que quiserem ou sobre algo que não perguntei:
Matheus: Agradecemos muito por ter pensado em nós para essa entrevista e também a banda Cama de Jornal, pela amizade que fizemos ao dividirmos o palco aqui em Goiânia. Agradecemos também a todos que dão o seu suor e sangue pra fazerem as coisas acontecerem, a galera da Insetus que nos acompanha desde nosso primeiro show, ao Segundo da Two Beers e o Glauco da Massive Records, por nos apoiarem nessa empreitada do nosso primeiro cd. Valeu a todos que colaram nos nossos shows, as amizades que fizemos e as ideias que trocamos, todas elas foram importantes pra gente continuar na ativa! Vá aos shows, comprem os materiais, apoiem as bandas locais, pois são elas a expressão ativa da cena que você tem em sua cidade e, se por acaso, você não se sentir pertencente a ela, monte sua própria banda, faça os seus zines e ocupem o espaço que nos é diariamente tirados pela mídia e as gravadoras corporativa. Se eles tiram nosso espaço, não temos que nos adaptar a elas e sim ocuparem e socializar toda expressão artística crítica que busca superar essa sociedade. Abraços a todos!
Baixe aqui ---Gerações Perdidas - Demo(2011)---

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Guerreiro Rocker de Conquista se foi...

Ontem ao chegar no trabalho recebi uma triste notícia: Miguel Cortes havia morrido...
Confesso que naquele momento fiquei sem querer acreditar e fui correndo na sua casa. Chegando logo no início da rua ví a movimentação, era a galera da cena alternativa já presente ali, como eu, querendo notícias...e tudo se confirmou...Miguel foi encontrado já sem vida deitado em sua cama...
Hoje foi o sepultamento e todos presentes puderam perceber o quanto Miguel era querido, admirado, respeitado...Ele não era só apresentador do programa Som da Tribo, na Rádio 96FM, era incentivador da cena rock local, um articulador, provocador, mas tudo isso pensando no coletivo, na cena, nas bandas locais que só o seu programa dava espaço...enfim, nesse momento palavras me faltam...
Só me restou a saudade do grande amigo...
Cama de Jornal e Miguel Cortes(centro) no Som da Tribo


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Entrevista com o Zezinho da Norfist

Apresento aqui no blog mais uma banda que está se movimentando na cena underground Baiana. Acompanhe esse bate papo com o Zezinho, vocalista da banda Norfist da cidade de Lauro de Freitas-Ba.
Zezinho, vocalista da Norfist

1-Como e quando surgiu a idéia de montar a Norfist?
Zezinho: No final do ano de 2009, Eu recebi a visita de Renato Damasceno e Paulo Batera com a proposta de montar uma banda de Hardcore. Como todos eles já vinham de outras bandas, após uma longa conversa resolvemos utilizar o nome da minha antiga banda, a "Artrópodes".

2-De onde tiraram esse nome Norfist?
Zezinho:Novas letras foram feitas por Renato e Eu e novas músicas foram compostas por Paulo Reis, que em conjunto resolveram mudar o nome da banda, por que o novo projeto em nada lembrava a antiga banda "Artropodes". Foi então que surgiu o nome NORFIST. Em busca de um nome que expressasse regionalismo, Renato Damasceno deu a ideia de por o nome "Nordeste" porem, em outro idioma, então resolveram por o nome Northeast, porem ficava um pouco sem lógica manter regionalismo com um nome em inglês, então depois de um "insight", Paulo Reis levando em consideração que nós nordestinos temos o costume de escrever algumas palavras da maneira que as pronunciamos, resolveu chamar a banda de NORFIST que é a forma que se pronuncia Northeast (Nordeste) em inglês.
Paulo Reis na guitarra

3-Em 2010 a banda ganhou uma seletiva para bandas iniciantes no Festival Palco do Rock de Salvador e que gerou uma vaga para ser a banda de abertura do festival em 2011. E no final ainda levaram o prêmio de Banda Revelação? Como foi pra vocês verem o trabalho sendo reconhecido assim tão rápido?
Zezinho:Pois é, apesar da banda ser montada em pouco tempo, porém os músicos já tinham estrada e o melhor dessa vez responsabilidade que antes fazíamos som por fazer, mas pegou a gente de surpresa, realmente a gente não esperava o público com essa reação, o engraçado é que a galera falava “era isso que tava faltando aki, um som mais pesado com HC e punk com pitadas de trhash metal...” rsrsrsrsrs
Norfist no Palco do Rock 2012 - Segunda participação da banda no festival.

4-Mas só depois de tudo isso que a banda conseguiu firmar sua formação. Hoje quem faz a Norfist?
Zezinho:Sou Eu no vocal, Paulo Reis na guitarra, Cláudio Ducho no baixo e Greik Sequela na bateria.
Cláudio Ducho no baixo

5-Vocês já gravaram um single chamado “Em busca do poder”, quantos sons tem nesse material? E ele está disponível para download?
Zezinho:São 4 músicas; “Não adianta reclamar”, “Corja de idiotas”, “Futuro da nação” e “Em busca do poder". Está disponível pra download no site www.norfist.com.br

6-Você é o cara que compõe a maioria das letras da Norfist. De onde vem a inspiração? Quais as suas principais influências?
Zezinho:Bem... a inspiração vem do dia a dia e da auto estima do ser humano e claro que não podia deixar de esquecer do “Sistema” não é? rsrsrs... curto muito punk rock e crossover, e tenho como principais influências: Garotos Podres, Ramones, Raimundos (antigo), Ratos de porão, Cólera, Sepultura, dentre outras.

7-E quem é o responsável pela parte musical, de colocar os acordes nessas letras?
Zezinho:Paulo Reis e Greik, antes eram eles e Renato, agora são só eles.
Greik destruindo na batera!!!

8-Vocês moram em Lauro de Freitas, região metropolitana de salvador. Estando perto da capital, facilita para conseguir espaço pra tocar? Como anda a cena por aí?
Zezinho: rsrsrsrs... que nada em Salvador tem espaços particulares pra bandas digamos assim... pra filhinhos de papai, acredite, tem som que começa 14h e termina as 20h e nem vendem bebida alcoólica, porém a galera underground corre atrás pra organizar seus próprios sons, gente que tem banda e se organiza sacou, isso pra gente já facilita já que o pessoal conhece o som da banda aí sempre convidada a gente pra tocar. Aqui em Lauro a cena cresceu muito, vem surgindo bandas novas e muito legais, a gente não tinha um evento de rock ao ar livre desde 2005 e só esse ano já tivemos 05, aí fica minha dúvida “será porque é ano político?” aí tudo fica mais “fácil”?
Norfist tocando em Lauro de Freitas

9-A Norfist está preparando um novo CD. O que a galera pode esperar desse novo trampo? Seguirão a mesma linha do Single?
Zezinho:Sim! Porém, mais trabalhada e com mais um pouquinho de peso.

10-Qual a previsão de lançamento desse disco e já existe um nome para esse projeto?
Zezinho:Antes de Dezembro sai e ainda não pensamos no nome...

11-Zezinho, muito obrigado pela atenção. O espaço está aberto pra você deixar o recado final...
Zezinho:Velho... o que tenho a dizer é que a galera que tem banda tem que se unir sacou? Pô vejo bandas aí que vão tocar e a gente só fica sabendo quando sai a divulgação, ao contrário da NORFIST, sempre quando convidam a gente, indicamos outras bandas que tem haver com o estilo da gente sacou? Eu acho que é por aí, e outra... essa é pra galera: Gente vamos deixar de “Pagar Pau” pra bandas de fora que vem aqui pra BAHIA e cobram ingressos de preços absurdos e vocês pagam sem reclamar, agora quando tem um som que custa no máximo 20 conto vocês ainda pedem pra entrar de graça, vamos parar com isso e fortalecer a cena underground. No mais...paz, saúde e rock and roll!!!
Site Oficial: www.norfist.com.br